Nexa negocia venda de projeto peruano de cobre avaliado em US$ 655 mi

A mineradora brasileira Nexa Resources está em negociações para vender Pukaqaqa, um projeto de cobre avaliado em US$ 655 milhões e localizado na região peruana de Huancavelica.

A empresa, que faz parte do grupo Votorantim, enviou um comunicado ao regulador de valores mobiliários SMV destacando “as discussões em andamento relacionadas a uma possível venda do projeto mineiro Pukaqaqa”.

Embora a Nexa não tenha fornecido detalhes sobre o estado atual das tratativas ou possíveis compradores, Pukaqaqa é uma das diversas iniciativas no portfólio da mineradora, ainda sem data definida para o início da construção.

Segundo o Ministério de Energia e Minas (Minem), Pukaqaqa é um projeto greenfield em fase de pré-viabilidade, localizado a uma altitude superior a 4 mil metros nas montanhas. Sua vida útil é estimada em 17 anos, com produção projetado em 5 mil toneladas de cobre por ano. A futura mina possui 309 milhões de toneladas de recursos minerais com teor de 0,4%.

O projeto conta com a aprovação do plano de gestão ambiental. Em 2022, a Nexa investiu US$ 365 mil em processos de manutenção de infraestrutura, mas ainda não apresentou planos para exploração mineral nem uma data de início das atividades.

Segundo fontes locais, outro problema em torno de Pukaqaqa vem da esfera social. A ONG CooperAcción indicou que os líderes de Huancavelica se manifestaram – em mais de uma ocasião – contra o projeto, citando preocupações com o acesso e a qualidade da água. Em 2021, moradores marcharam contra a iniciativa, denunciando que prejudicaria mais de 50 mil pessoas.

Segundo a ONG, mais de 40% do território de Huancavelica está concedido a empresas mineradoras, o que aumenta a resistência, especialmente considerando que é a quinta região mais pobre do Peru.

PORTFÓLIO

De acordo com o relatório de investimentos em mineração do Minem, a Nexa também possui as seguintes iniciativas de investimento:

• Projeto de zinco Florida Canyon (US$ 214 milhões) na Região Amazônica
• Projeto de zinco Hilarión (US$ 585 milhões) na região de Áncash
• Projeto de cobre Magistral (US$ 493 milhões) na região de Áncash
• Projeto de zinco Shalipayco (US$ 91 milhões) na região de Junín

Dessas iniciativas, a Magistral esteve mais próxima de iniciar a construção, entretanto, órgão certificador ambiental Senace reprovou a modificação do estudo de impacto ambiental do projeto. Isso adia o início da operação em pelo menos quatro anos, uma vez que a mineradora terá que começar um novo estudo do zero.

A empresa também possui um portfólio de 10 projetos exploratórios no Peru, totalizando US$ 56,9 milhões. Deles, Pucasalla (US$ 8,6 milhões) e Los Perdidos II (US$ 6,8 milhões) são os mais avançados e já possuem autorização para realizar atividades de perfuração. (Os dados provêm de outro relatório do Minem).