Nova meta de energia renovável da Jamaica requer US$ 1,2 bi

O plano da Jamaica de aumentar a contribuição das energias renováveis de 30% para 50% até 2030 exigirá investimentos de US$ 1,2 bilhão.

Valentine Fagan, consultora de sistemas de geração de energia do Escritório de Regulação de Estatais (OUR) do país, forneceu a estimativa durante uma apresentação de painel para discutir a nova meta.

No início deste mês, o governador-geral do país caribenho, Patrick Allen, destacou a meta atualizada durante um discurso no parlamento.

“Ao construirmos uma Jamaica mais forte, reconhecemos o valor da segurança energética e da adoção de tecnologia. O governo está atualizando a Política Nacional de Energia (2009-2030) para garantir que ela reflita as mudanças globais e locais e posicione o setor de energia para se tornar um setor mais seguro, sustentável, limpo e confiável nos próximos 30 anos”, declarou Allen.

A capacidade instalada atual da ilha atinge 1.041 MW, dos quais 83% são de termelétricas, principalmente a gás natural, e o restante é renovável (eólica, hídrica e solar). A demanda máxima em 2030 está prevista para atingir 678 MW, ante 644MW no ano passado.

Há oferta suficiente para cobrir de forma confiável a demanda até 2026, quando 172 MW de capacidade térmica deverão ser retirados, de acordo com Fagan, que forneceu um plano de portfólio preferencial para incorporar armazenamento de energia eólica, hidrelétrica, solar e bateria.

Fonte: apresentação de Fagan

FINANCIAMENTO

Para a palestrante e advogada Elizabeth Butler, “a Jamaica precisa lidar com o fato de que a paisagem está mudando. A enorme demanda por financiamento de doadores internacionais limita o acesso da Jamaica ao que tem sido uma fonte confiável no passado para projetos iniciais.”

Butler é consultora jurídica para projetos internacionais de energia limpa no Butler Law Offices e trabalhou com o governo da Jamaica.

“O cenário ideal é que a Jamaica alavanque o investimento do setor privado por meio de incentivos e garantias, se necessário, mas a boa notícia é que o sucesso demonstrado pela Jamaica no financiamento de projetos anteriores para projetos de energia renovável, solar e eólica mostra que a Jamaica tem um histórico comprovado e que esses projetos são viáveis”.

No entanto, ela apontou os desafios relacionados ao fornecimento de eletricidade acessível e confiável durante a transição, o envolvimento com as partes interessadas e como financiar projetos renováveis e de eficiência energética de propriedade do consumidor.

Em relação aos projetos de consumo, Butler defendeu o uso de um modelo integrado de serviço de utilidade pública, no qual o financiamento é pago na conta mensal de eletricidade.

PREOCUPAÇÕES

Blaine Jarrett, vice-presidente de fornecimento de energia da concessionária de energia Jamaica Public Service (JPS), expressou preocupação de que “muita capacidade de energia renovável lançada muito rápido pode inflar os preços e taxas do sistema e deteriorar a confiabilidade da rede”.

Outra preocupação apresentada por Jarret é a localização de projetos longe da infraestrutura de transmissão e distribuição e a implicação do custo associado.

Ele também pediu o uso de modelagem quase real da geração real e métricas de demanda, em vez de confiar em dados “sintéticos”.