Novo acidente destaca risco ESG crescente da Pemex

A explosão da última sexta-feira (7) no ativo Cantarell da Pemex é o evento mais recente de uma longa lista de acidentes graves que afetaram a companhia nacional de petróleo do México.

O incêndio, que começou na plataforma Nohoch, na costa do estado de Campeche, deixou dois mortos, um desaparecido e seis feridos, segundo informações da Pemex e da empreiteira Cotemar. A Pemex também perdeu 700.000 b/d da produção de óleo cru devido ao fechamento dos poços da área circundante.

No sábado, a empresa havia retomado a produção de 600.000 b/d e estava 100.000 b/d abaixo de sua produção antes do acidente, disse o CEO Octavio Romero Oropeza. Ele acrescentou que a empresa espera atingir seus números normais de produção nos “próximos dias”.

Os acidentes têm aumentado desde 2020, de acordo com os últimos dados disponíveis. A mudança de atenção para novos campos diminuiu os investimentos em ativos legados como Cantarell e Ku-Maloob-Zaap, que ainda compõem a maior parte da produção, enquanto o foco no aumento da utilização da refinaria sobrecarregou seus sistemas, aumentando a probabilidade de falhas no parque de refino da Pemex.

Os acidentes de alto perfil se tornaram, portanto, mais comuns. Em 2021, o chamado “olho de fogo” surgiu do fundo do mar depois que um gasoduto subaquático se rompeu e pegou fogo. Um mês depois, uma plataforma no campo de Ku pegou fogo, deixando cinco trabalhadores mortos e dois desaparecidos em um acidente muito parecido com o de sexta-feira.

Os dados dos arquivos ESG da Pemex com números médios de acidentes trimestrais mostram que tanto a frequência quanto a gravidade dos acidentes aumentaram de 2000a 2022, com o primeiro trimestre deste ano registrando os números mais altos para ambos os indicadores.

BNamericas com dados da Pemex.

As taxas de acidentes também superaram as próprias metas da Pemex: a empresa visava uma taxa de frequência de 0,22 acidentes incapacitantes por milhão de horas de trabalho em 2022, mas registrou 0,49 no final do ano. A meta de gravidade do acidente de 12 dias perdidos por milhão de horas de trabalho chegou a 29,3.

Nos últimos 12 meses, a empresa sofreu com um derramamento de óleo no campo Cibix/Tokal, um vazamento subterrâneo no estado de Oaxaca e incêndios na refinaria Minatitlán, em Vercaruz, na refinaria Madero, em Tamaulipas, na refinaria Salina Cruz, em Oaxaca, e na refinaria Deer Park, no Texas, entre outros incidentes.