Novos projetos aumentarão a produção de ouro no Chile

O projeto Salares Norte, de propriedade da Gold Fields, além da mina La Coipa e da iniciativa Lobo-Marte, ambas da canadense Kinross, contribuirão para o aumento da produção chilena de ouro.

A primeira, que também abriga prata, deve começar a operar no início de 2023, enquanto La Coipa, também uma mina de prata, aumentará significativamente suas operações no próximo ano e será seguida pelo início da produção em Lobo-Marte em 2027. As três operações estão localizadas na região do Atacama, norte do Chile.

A produção de ouro no Chile aumentará em quase uma tonelada este ano, totalizando 35 toneladas, de acordo com um comunicado da Comissão Chilena do Cobre (Cochilco).

Salares Norte processará 2 Mt/a (milhões de toneladas por ano) de minério e terá capacidade nominal de produção de 350 mil oz/a de ouro, de acordo com a Gold Fields.

A pandemia de Covid-19 e as condições climáticas adversas atrasaram o projeto. Em junho, a empresa sul-africana registrou um avanço de 77%.

Este ano, a Gold Fields confirmou sua intenção de adquirir a canadense Yamana Gold, que detém ativos de ouro e cobre no Chile e na Argentina.

Por sua vez, a Kinross espera iniciar a construção em Lobo-Marte em 2025. A mina produziria 4,7 milhões de onças de ouro ao longo de sua vida útil de 16 anos.

Tanto Lobo-Marte quanto La Coipa estão localizados no distrito de mineração de Maricunga e contam com “bons acessos e vários projetos de mineração na área”, conforme afirmou a Kinross em um documento corporativo de setembro.

La Coipa terá produção anual de 250 mil onças até 2026. O potencial de produção da mina aumentou graças à incorporação da mina de Purén, alcançada por meio de uma joint venture com a estatal Codelco.

O Chile é o 14º produtor mundial de ouro, obtido principalmente como subproduto da exploração do cobre.

MERCADO DE OURO

Este mercado evolui apenas com ligeiras subidas devido à desaceleração econômica mundial e à menor procura por parte de investidores e instituições financeiras que sempre tiveram o metal como um escudo contra a inflação.

“A guerra entre Rússia e Ucrânia permitiu que o ouro refletisse uma de suas características mais importantes, como se tornar um recurso de refúgio contra crises geopolíticas ou financeiras”, disse a estatal em comunicado.

No primeiro semestre do ano, a oferta mundial da commodity apresentou crescimento homólogo de 4,9% e de 12,2% na demanda.

O Conselho Mundial do Ouro (WGC) acredita que o metal precioso tem sido resiliente ultimamente, apesar do aumento dos rendimentos do dólar e dos títulos, já que os investidores globais estão menos preocupados com os índices econômicos.

No entanto, houve uma queda de 11,9% no investimento em barras e moedas no primeiro semestre, em grande parte por conta da menor participação dos investidores chineses, devido à desaceleração econômica que afeta o gigante asiático.

Para todo este ano, a oferta mundial de ouro será igual à demanda em 4,8 mil toneladas, enquanto o investimento no metal deve apresentar um ligeiro crescimento de 1,4%, de acordo com outro comunicado da Cochilco.