O caminho para a transição energética justa na América Latina

A transição para a energia limpa na América Latina e Caribe deve incluir “uma reconfiguração” de interesses e poderes para minimizar custos potenciais e maximizar benefícios, alerta um novo relatório.

O relatório Energías Renovadas, publicado pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), afirma que compreender os desafios políticos e econômicos específicos de cada país é fundamental para o avanço das políticas de descarbonização.

O documento cita o impacto dos impostos sobre o carbono em áreas onde as fontes renováveis podem não estar disponíveis, um cenário que poderia gerar “empobrecimento energético” no curto prazo.

“A transição energética implica custos e benefícios que não são distribuídos uniformemente entre os vários grupos de interesse”, diz o documento.

Além disso, a perspectiva de ativos irrecuperáveis para economias dependentes de combustíveis fósseis poderia levar a perdas distribuídas de forma desigual dentro dos países e regiões.

Tal resultado seria agravado para os países que têm menor potencial de geração de energia renovável não convencional e carecem de minerais críticos, segundo o CAF.

A entidade também citou desafios relacionados com o aumento da demanda por energia e com o equilíbrio entre a necessidade de aumentar a oferta de energia renovável com os investimentos necessários em combustíveis fósseis que garantam a segurança energética.

“Cobrir a crescente procura energética sem comprometer a agenda climática global requer necessariamente fluxos de investimento significativos para o desenvolvimento de tecnologia que permita a expansão de fontes de energia renováveis”, acrescenta.

“A agenda política descrita também permite atenuar estes desafios, procurando melhorar os compromissos entre emissões e crescimento, aproveitando ao máximo as oportunidades que a transição energética traz à região e colocando a proteção dos cidadãos como uma alta prioridade.”

O relatório completo, em espanhol, pode ser acessado aqui.