O México tem “muito a descobrir” em minerais essenciais para a transição energética

O México, maior produtor mundial de prata, tem um grande potencial na exploração de minerais estratégicos para proporcionar a transição energética, por isso, deve traçar uma estratégia para estimular a sua exploração, segundo o presidente do Cluster Mineiro de Sonora, Alberto Orozco.

“Diferentes governos veem de maneiras distintas como a exploração de diferentes minerais estratégicos pode ser estimulada. Creio que no México ainda temos muito a descobrir, porque embora já tenhamos produção de alguns minerais essenciais, como prata, existem outros em que poderíamos ter potencial e não avaliamos, como terras raras, lítio”, disse Orozco no evento CanCham Day, comemorado pela Câmara de Comércio Canadense no México (CanCham México).

Garantir o abastecimento mineral é visto como fundamental para o desenvolvimento de tecnologias limpas para a transição para energias com baixas emissões de carbono, como painéis solares, turbinas eólicas e baterias de íons de lítio.

A América Latina e o Caribe ocupam um lugar relevante nessa matéria a nível global devido aos seus extensos recursos para atingir eses objetivos e combater as alterações climáticas.

“O México ainda tem muito potencial para capturar mais valor, criar recursos para poder proporcionar essa transição energética”, acrescentou Orozco.

O estado de Sonora possui importantes recursos de lítio e cobre, essenciais para veículos elétricos.

“A adaptação às novas tecnologias vem em ritmo acelerado. Hoje vemos que a adoção de energias limpas e de veículos elétricos, em suma, a transição energética que estamos tentando alcançar para deter o aquecimento global não é possível sem a mineração”, explicou Orozco.

Infelizmente, o líder sindical destacou que, no México, “estamos indo mal” no trabalho necessário para aproveitar a transição energética porque “há anos que não há exploração” desse tipo de minerais críticos.

“Temos que promover o conhecimento geológico para ver onde estão os potenciais depósitos de terras raras. Pode haver potencial, mas precisamos começar do zero”, disse Orozco.