O papel fundamental da América Latina e do Caribe na transição energética

A América Latina e o Caribe representam cerca de 25% da produção mundial de minerais considerados críticos para a transição energética, portanto seu papel neste processo é vital, segundo estudo realizado pela Organização Latino-Americana de Energia (Olade).

A pesquisa revelou que a região concentra cerca de 45% da produção mundial de cobre e 38% das reservas, 29% do lítio/61% das reservas, 48% da prata/39% das reservas, e 38% da produção de níquel, com o mesmo percentual das reservas. 

“Isto indica que, para vários minerais, a presença da América Latina é crucial”, disse Gastón Sirdit, autor do estudo, durante sua apresentação. “É importante que a região converta os seus recursos naturais em desenvolvimento.”

A Olade adverte que a região terá de duplicar a sua produção de cobre até 2050 e multiplicar por dez a sua produção de lítio nos próximos vinte anos.

O estudo também identifica as dificuldades em conferir sustentabilidade à mineração.

Entre os desafios mais importantes está garantir que a mineração seja naturalmente integrada nos territórios, sem deslocar comunidades e sem danificar ecossistemas ou espécies ameaçadas; evitar que os projetos de mineração gerem um aumento desproporcional no custo de vida, o que conduz a uma maior pobreza e migração; melhorar a segurança dos trabalhadores; minimizar o uso de combustíveis fósseis; e cuidar dos recursos, incluindo a água.

Também levanta a necessidade de ligar as áreas mineiras aos principais corredores de exportação e desenvolver estas áreas com serviços de infraestrutura para gerar oportunidades no curto e longo prazos.

Os desafios de governação incluem a redução dos prazos administrativos, a garantia de uma redistribuição justa dos royalties da mineração para apoiar o crescimento socioeconômico e industrial, além de medidas anticorrupção.