Oldelval planeja iniciar antes do final do ano atualização de oleoduto de US$ 750 mi na Argentina

O player de midstream argentino Oldelval pretende iniciar os trabalhos em um projeto de oleoduto estimado em US$ 750 milhões no segundo semestre deste ano.

De propriedade de empresas upstream, a Oldelval transporta 100% do petróleo bruto do reservatório de Vaca Muerta, o equivalente a mais de 50% da produção argentina de petróleo e 90% da produção da bacia de Neuquén.

Ao aliviar um gargalo de despacho da bacia, o trabalho no oleoduto apoiaria o crescimento da produção de empresas petrolíferas locais interessadas em explorar o lucrativo mercado de exportação.

Projetado para permitir que a capacidade de transporte da Oldeval dobre para 72 mil m³/d (metros cúbicos por dia) em duas fases, o trabalho envolve a colocação de 455 km de dutos de 24 polegadas, o redirecionamento de 70 km de gasodutos na área de Bahía Blanca, na província de Buenos Aires, e a modernização de quatro estações de bombeamento.

O trabalho da primeira fase, que elevará a capacidade para 55 mil m³/d, está programado para começar no final de dezembro e terminar até o final de 2023, segundo o CEO da Oldelval, Ricardo Hösel, em uma conferência organizada pela associação local de petróleo e gás IAPG e pela Câmara de Comércio Argentina-EUA.

“Até o final de 2024, devemos estar em condições de transportar os 452 mil barris [72 mil m³/d]”, afirmou.

O trabalho de expansão ajudaria o país a aumentar as exportações de petróleo em 180 a 250 mil b/d (barris por dia), o equivalente a US$ 4 a 6,5 bilhões por ano, de acordo com uma apresentação da Oldelval.

A empresa está esperando o governo argentino assinar uma extensão de 10 anos em seu contrato, atualmente com vencimento em 2028.

“Estamos na fase final da formalização da extensão da concessão que temos”, afirmou Hösel, acrescentando que a empresa também precisava de acesso a dólares – escassos no país – para importar alguns materiais e componentes.

A produção total de petróleo da Argentina atingiu uma média de 92,6 mil m³/d em junho, um aumento de 13,6% em relação ao ano anterior, de acordo com um relatório do instituto de energia local General Mosconi. A produção de petróleo não convencional, quase toda proveniente da bacia de Neuquén, atingiu em média 38 mil m³/d, para uma alta de 51,5%.

EXCELERATE ENERGY E TGS

Enquanto isso, no setor de GNL, a empresa de logística especializada dos EUA Excelerate Energy e a empresa argentina de gás midstream TGS estão projetando um projeto de liquefação modular com armazenamento flutuante. A capacidade inicial seria de 4 a 8 MMm³/d (milhões de metros cúbicos por dia), eventualmente subindo para 16 MMm³/d.

Em paralelo, a petrolífera estatal YPF e a malaia Petronas deverão esta semana assinar um memorando de entendimento sobre um projeto multibilionário de liquefação.

“Todos esses projetos não competem”, disse Gabriela Aguilar, vice-presidente executiva da Excelerate para a América Latina, citando o potencial de Vaca Muerta. “Vaca Muerta tem reservas que permitem considerar não apenas um, mas vários projetos.”

A Europa pode ser um “grande mercado” para a Argentina, acrescentou.

O país está trabalhando em um projeto de infraestrutura de despacho da bacia de Neuquén – o megaprojeto do gasoduto de Vaca Muerta –, visando apoiar o crescimento da produção da indústria local de gás, tido como uma das várias etapas necessárias para desbloquear o investimento em infraestrutura de GNL. Tal como acontece com o petróleo, a capacidade de despacho da bacia existente é sobrecarregada.

Alguns especialistas do setor disseram que uma opção é levar o gás para o Chile, onde pode ser liquefeito e depois enviado para outros países. Existem dutos de exportação prontos, mas a infraestrutura de importação de GNL chilena precisaria ser convertida.

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