Orla espera que próximo governo mexicano adote uma postura mais positiva em relação à mineração

A Orla Mining, com sede em Vancouver, espera que o próximo governo mexicano, que assumirá o poder em 1º de outubro, adote uma postura mais positiva em relação à mineração, permitindo que a empresa aumente seu investimento local, de acordo com o presidente e CEO da empresa, Jason Simpson.

A Orla opera a mina Camino Rojo, no estado de Zacatecas, uma mina de ouro e prata a céu aberto e lixiviação em pilha. O outro projeto de ouro da empresa é a South Railroad, em Nevada, Estados Unidos.

Quando perguntado se as eleições mexicanas de 2 de junho poderiam acelerar o processo de licenciamento após a saída do presidente Andrés Manuel López Obrador, que tem adotado uma postura rigorosa em relação à indústria mineradora, Simpson comentou: “Acho que é justo dizer que a atual administração desacelerou as nossas ambições de crescimento no México por meio dos requisitos de licenciamento”, de acordo com a BNN Bloomberg Canada:

“Temos esperança de que a próxima administração tenha uma visão mais positiva de todas as indústrias, para que nos permita aumentar nosso investimento no país e criar esse tipo de benefício para todas as nossas comunidades locais e os impostos que pagamos”, ele acrescentou, citando como exemplo que apenas no último trimestre, a Orla pagou US$19 milhões em impostos ao governo federal do México.

A mina Camino Rojo produziu 33.223 onças de ouro no primeiro trimestre de 2024 a uma taxa média de empilhamento de minério de 19.597 toneladas por dia. “As toneladas de resíduos extraídas permaneceram abaixo do planejado durante o trimestre, enquanto a empresa aguardava a emissão de licenças da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais (conhecida como Semarnat) para acesso a certas áreas da mina”, afirmou a Orla em seu comunicado sobre os resultados do primeiro trimestre.

“A Orla não é uma empresa gigante”, disse Simpson. “A produção talvez seja de 120 mil onças este ano, e é tudo desta propriedade de Camino Rojo.”

“Embora seja uma produtora de 120 mil onças/ano, geramos mais de US$ 100 milhões em caixa livre para o ano, então é uma das minas de ouro de menor custo do mundo”, pontuou.

Como parte da exploração nas proximidades da mina em Camino Rojo, a Orla anunciou em seu relatório do primeiro trimestre que direcionou seu foco para 2024 na extensão promissora do Camino Rojo. Um programa de perfuração de 30 mil metros foi planejado para testar e ampliar o potencial da mineralização ainda disponível no depósito.  

A mineradora espera que uma estimativa preliminar de recursos subterrâneos nos sulfetos do Camino Rojo seja concluída no segundo semestre de 2024. O estudo metalúrgico da recente fase de perfuração de preenchimento de sulfeto do Camino Rojo deverá continuar ao longo de 2024.

Em relação ao projeto Cerro Quema no Panamá, Simpson assinalou: “Considerando as circunstâncias no Panamá no ano passado, suspendemos todos os investimentos no Panamá e iniciamos um processo de arbitragem para buscar a recuperação legal de parte do valor no país”.

“Continuamos abertos ao diálogo com o novo governo panamenho sobre uma resolução que atenda aos melhores interesses de todos os stakeholders”, complementou.

Em 15 de dezembro, a Orla Mining recebeu três resoluções do Ministério do Comércio e Indústria do Panamá, as quais negaram seus pedidos de prorrogação das três concessões de mineração que compõem o projeto Cerro Quema, e as declararam canceladas retroativamente.