Os laços entre Colômbia e Venezuela diante da posse de Maduro

As relações diplomáticas entre Colômbia e Venezuela provavelmente enfrentarão um escrutínio mais rigoroso quando Donald Trump assumir a presidência dos EUA no próximo mês, disse um analista político à BNamericas.

O presidente colombiano Gustavo Petro é um dos poucos líderes latino-americanos que se absteve de criticar diretamente o líder venezuelano Nicolás Maduro após sua amplamente contestada vitória eleitoral em julho. No entanto, essa posição pode se tornar mais difícil de manter à medida que a posse planejada de Maduro para 10 de janeiro se aproxima, de acordo com o analista sênior da Control Risks, Theodore Kahn.

“Acredito que haverá pressão sobre Petro para que adote uma postura um pouco mais crítica em relação a Maduro”, disse Kahn em entrevista à BNamericas.

“É claro que há limites para o que se pode esperar que Petro faça em termos de críticas a Maduro. É difícil imaginá-lo sendo excessivamente crítico, e não acho que ele começará a chamar [o líder da oposição] Edmundo González de presidente eleito. Mas pode haver uma mudança sutil na maneira como ele fala sobre Maduro e em sua postura geral em relação à Venezuela”, acrescentou

Kahn acredita que propostas de cooperação bilateral entre os vizinhos sul-americanos, como um plano da petroleira estatal colombiana Ecopetrol de importar gás venezuelano, serão provavelmente suspensas.

“Não acho que ouviremos muito mais sobre essa ideia de importar gás da Venezuela”, disse o analista. “Creio que esse tipo de visão grandiosa de restabelecer uma relação bilateral com a Venezuela será colocada em segundo plano. Petro está entrando em seu último ano e meio no cargo e seu capital político está começando a se desgastar. Duvido que esse tipo de iniciativa que foi discutida com a Venezuela vá ganhar força, ainda mais agora com a reeleição de Trump”, concluiu.

A entrevista completa com Kahn, em duas partes, pode ser acessada aqui e aqui.