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Os planos da YPF para óleo de xisto, midstream e GNL

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Os planos da YPF para óleo de xisto, midstream e GNL

A YPF, empresa estatal argentina de petróleo e gás, está apostando no aumento da produção de óleo de xisto e no início das exportações de GNL na próxima metade da década.

Nesse contexto, a empresa está se preparando para reduzir seu portfólio de ativos maduros de hidrocarbonetos convencionais – liberando um capex de cerca de US$ 800 milhões, principalmente para xisto – e estabelecer dois novos polos de xisto na formação de Vaca Muerta este ano, elevando o número para três.

Cerca de US$ 3 bilhões do capex total da empresa para 2024 – de US$ 5 bilhões – estão planejados para ativos de xisto, com 75% do desembolso para upstream direcionado ao petróleo, disse o presidente e CEO da YPF, Horacio Marín, durante a teleconferência de resultados do quarto trimestre de 2023 da empresa.

ÓLEO DE XISTO

No último trimestre de 2023, a produção de óleo de xisto da estatal aumentou 28,5% no comparativo anual, para 109.400 b/d.

Para 2024 e 2025, a YPF espera extrair cerca de 120.000 b/d e 160.000 b/d de óleo de xisto do solo, respectivamente.

A empresa pretende atingir uma taxa de produção de óleo de xisto de 250.000 b/d em 2027, com o xisto representando 80% da produção total de óleo cru a partir de 2025. No ano passado, o xisto representou menos de metade da produção de petróleo da YPF.

Um objetivo associado é aumentar as exportações de petróleo, que representaram 7% da produção no ano passado, em comparação com cerca de 50% relatados recentemente pela Vista Energy, que também atua em Vaca Muerta.

Produção de óleo cru, exportações e M&As em 2023 

A produção média de petróleo da YPF foi de 255.100 b/d no último trimestre, um aumento de 10,0%, depois que a produção dos campos convencionais caiu 0,3% para 143.100 b/d.

Os 55 campos maduros do bloco respondem por cerca de 60% da produção convencional da empresa.

A YPF manterá seus ativos convencionais mais lucrativos, juntamente com aqueles considerados com potencial de desenvolvimento adequado, segundo informações apresentadas aos investidores.

As exportações foram apoiadas pela conclusão do duto Vaca Muerta Norte, de 160.000 b/d, que liga a bacia de Neuquén – lar do depósito de xisto de Vaca Muerta – ao duto Otasa, de 110.000 b/d, que conecta o país ao Chile.

As exportações para o Chile, de petróleo Medanito, totalizaram uma média de 19.000 b/d no último trimestre e devem começar a subir este ano.

A previsão é que a capacidade total de transporte entre a bacia e o Atlântico atinja a marca de 540.000 b/d em 2025.

Questionado se a YPF estava pensando em adquirir ativos de xisto cedidos pela ExxonMobil, Marín afirmou que as decisões do conselho dependiam da geração de rentabilidade, sem confirmar ou negar o interesse.

PROJETOS DE MIDSTREAM  

Enquanto a YPF e outras empresas trabalham para aumentar a produção de petróleo na bacia de Neuquén, muito depende da expansão da capacidade de despacho para o Atlântico.

O crescimento da capacidade de despacho na bacia é liderado pela YPF e por sua subsidiária Oldelval.

A YPF inaugurou recentemente a ligação Vaca Muerte Norte, de 150 km, que, além de se conectar ao duto chileno, também alimenta a refinaria Luján de Cuyo, da YPF, na província de Mendoza, com petróleo Medanito.

Mas, do jeito que as coisas estão, a principal oportunidade é a exportação direta da costa atlântica da Argentina.

Enquanto isso, a concessionária de midstream Oldelval está expandindo a capacidade entre a bacia e a província de Buenos Aires com seu projeto Duplicar e anunciou recentemente planos para uma iniciativa de conexão, denominada Duplicar Norte.

Com conclusão prevista para 2025, Duplicar envolve um aumento gradual da capacidade entre a estação de bombeamento Allen, na bacia, e as instalações de exportação em Puerto Rosales, Buenos Aires, de 36.000 m³/d para 86.000 m³/d (540.923 b/d).

Duplicar Norte prevê a adição de até 91.000 m³/d (572.372 b/d) de capacidade entre os campos petrolíferos no norte da província de Neuquén e a estação de bombeamento Allen, mais ao sul, na província de Rio Negro, conectando-se à ligação principal a Buenos Aires.

Vaca Muerta Sur

Em paralelo, a YPF está planejando o projeto Vaca Muerta Sur, de 360 000 b/d, uma iniciativa estimada em US$ 2,2 bilhões que prevê um novo duto para conectar a bacia a um novo terminal de exportação planejado para a província de Río Negro.

Com o tempo, a adição de estações de bombeamento quase dobraria a capacidade para 700.000 b/d.

O trabalho da primeira fase, com conclusão prevista para este ano, envolve conectar, por meio de uma ligação de 127 km, a principal área da YPF, Loma Campana, na província de Neuquén, até a entrada da rede da Oldelval em Allen.

Por volta do terceiro trimestre de 2026, cerca de 180.000 b/d de capacidade deverão estar em operação, afirmou Marín. Em uma terceira fase, com conclusão prevista para o fim de 2027, mais 180.000 b/d seriam adicionados.

“Até agora, a YPF iniciou o processo de licitação para o projeto do novo duto e terminal de exportação e obteve a licença ambiental para a primeira fase”, contou Marín.

GNL

Juntamente com o aumento da produção de óleo de xisto, a “monetização” do gás de Vaca Muerta é um pilar da estratégia da empresa.

A YPF e a sua homóloga malaia, Petronas, anunciaram anteriormente que estavam trabalhando em conjunto em um projeto de exportação de GNL. Terceiros – produtores locais de gás – estão sendo cortejados para ajudar a impulsionar o projeto.

Planejado para ser executado em fases, a capacidade de produção de GNL do projeto deverá atingir 25-30 MMt/ano (milhões de toneladas por ano).

Segundo Marín, a decisão final de investimento era esperada para a metade de 2025.

O projeto está entrando na fase de engenharia de pré-detalhamento, com as obras sendo realizadas neste ano e no primeiro semestre de 2025. Outras tarefas pendentes dizem respeito ao processo de financiamento e licenciamento.

Marín apresentou a estratégia e o vice-presidente de desenvolvimento de negócios Maximiliano Westen, respondendo a uma pergunta de um investidor, apontou quais seriam as condições favoráveis.

Maior produtora de petróleo e gás da Argentina, a YPF espera deter cerca de 25-30% da capacidade de GNL.

Fase 1

Até 2027, levar à Argentina uma instalação flutuante de GNL com capacidade de produção de 1-2 MMt/ano.

Fase 2

Até 2030, construir duas novas instalações flutuantes de GNL, com capacidade combinada de cerca de 9 MMt/ano.

Fase 3

Até 2032, instalar módulos offshore com capacidade superior a 17 MMt/ano.

A produção de gás natural da YPF foi de 34,4 MMm³/d (milhões de metros cúbicos por dia) no último trimestre, uma queda de 3,9% em relação ao ano anterior. Atualmente, a Argentina tem um excesso de oferta nos meses de verão, quando a demanda interna tende a cair.

A previsão é que os preços domésticos do gás enfraqueçam à medida que a produção local, apoiada pelos trabalhos de expansão do segmento midstream, aumentar.

Condições possibilitadoras

O projeto de GNL precisa de “visibilidade em longo prazo e de um pacote fiscal para que seja competitivo em nível global”, disse Westen na teleconferência.

Provavelmente referindo-se ao projeto de lei de reforma econômica do governo – que contém um regime especial de incentivos para grandes projetos – Westen destacou: “Precisaremos que ele esteja em vigor para tomarmos a FID [decisão final de investimento], caso contrário, será muito difícil ter um projeto lucrativo”.

“Acho que o financiamento do projeto estaria fora de questão se não conseguirmos garantir esta visibilidade a longo prazo.”

O conceito de impulsionar o investimento interno e desenvolver uma indústria de GNL tende a contar com apoio bipartidário.

“Temos certeza de que conseguiremos um bom resultado”, disse Marín.

Algumas medidas propostas no projeto de lei do governo, incluindo algumas que ajustam o equilíbrio de poder federal-provincial, atraíram forte oposição das províncias.

O projeto de lei atingiu um obstáculo no Congresso este ano. A publicação do texto veio depois da emissão de um decreto centrado na desregulamentação, que suspende o controle governamental sobre as exportações de petróleo, mas também enfrentou problemas no Congresso.

RESULTADOS

A YPF registrou um prejuízo líquido de US$ 1,86 bilhão no quarto trimestre de 2023, em comparação com um lucro de US$ 464 milhões no ano anterior, refletindo uma despesa de imparidade não recorrente de US$ 2,29 bilhões registrada após uma revisão do valor recuperável de campos convencionais maduros.

A receita líquida do trimestre foi de US$ 4,19 bilhões, queda de 9,7% em relação ao ano anterior, impactada por uma redução de 11,6% na receita no mercado interno, devido à baixa nas vendas locais de gás sazonais e aos efeitos de uma desvalorização cambial.

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