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Pampa Energía espera licitação de suprimento, aguarda pagamentos da Cammesa e acelera produção de petróleo

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Pampa Energía espera licitação de suprimento, aguarda pagamentos da Cammesa e acelera produção de petróleo

A Pampa Energía, geradora argentina de hidrocarbonetos e energia elétrica, acredita que a licitação regulada de fornecimento termelétrico do governo será eventualmente cancelada.

A avaliação ocorreu durante a teleconferência de resultados do primeiro trimestre de 2024 da empresa. Os funcionários também abordaram a situação dos pagamentos atrasados da Cammesa, administradora do mercado atacadista de energia, bem como o aumento da presença da empresa no setor de petróleo.

Licitação de fornecimento TerCONF

A Pampa Energía foi uma das vencedoras do leilão de fornecimento termelétrico regulado de 2023, conhecido como TerCONF, que hoje está suspenso após o adiamento da assinatura dos contratos em meio a rumores de reforma do mercado de energia.

As autoridades concederam à Pampa um projeto de revisão de ciclo combinado de 11 MW em sua planta Ensenada Barragán, localizada na província de Buenos Aires, da qual é detentora de 50%, além do projeto Genelba III de 300 MW em seu complexo Genelba, na mesma província, para apoiar a eficiência e confiabilidade do fornecimento regional.

“Todos os sinais indicam que será cancelado”, disse o CEO da Pampa, Gustavo Mariani, durante a teleconferência de resultados, citando uma possível transição para um modelo de contratação menos centralizado.

No total, a Cammesa concedeu 3,3 GW de capacidade.

“Não acredito que esta gestão esteja pensando em PPAs [Parcerias Público-Privadas], pelo menos não da forma que vimos nas últimas décadas: PPAs em que a contraparte é basicamente a Cammesa ou o secretário de energia.

“Provavelmente o esquema que esta nova administração vai propor será PPAs em que as distribuidoras serão diretamente responsáveis como contrapartes da geração de energia.”

No entanto, o foco do setor energético está nos pagamentos atrasados da Cammesa. No espaço da energia eléctrica, o governo do presidente Javier Milei reduziu as transferências para a Cammesa. Enquanto as distribuidoras enfrentam dificuldades financeiras, também reduzem os pagamentos ao administrador do mercado atacadista, devido ao atraso nos aumentos das tarifas dos usuários finais, que estão vinculadas à inflação.

Os geradores e as empresas de transmissão têm expressado preocupações sobre os atrasos e destacado os possíveis riscos para o sistema elétrico.

Atraso no pagamento da Cammesa

A Pampa tem pagamentos pendentes de vendas de eletricidade e gás pela Cammesa referentes a dezembro, janeiro e fevereiro, totalizando mais de 140 bilhões de pesos (cerca de US$160 milhões).

Nesta quarta-feira (8), o governo federal publicou uma resolução que propõe liquidar a dívida de dezembro e janeiro por meio de títulos soberanos e as obrigações de fevereiro em dinheiro.

A associação de geradores de energia Ageera rejeitou a proposta.

Para a Pampa, as autoridades propõem pagar 85 bilhões de pesos em títulos para dezembro e janeiro e 53 bilhões de pesos para fevereiro.

Considerando o valor justo de mercado dos títulos, a Pampa registrou uma despesa de impairment de US$ 34 milhões sobre os recebíveis da Cammesa.

Mariani expressou confiança na possibilidade de chegar a um acordo com o governo, enfatizando que a prioridade era retomar a normalização dos pagamentos assim que a situação da dívida fosse resolvida.

A Pampa registrou um lucro líquido de US$ 267 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 89%, atribuído a fatores de inflação e rendimento de capital de afiliadas.

Produção de petróleo e gás

O diretor-executivo de E&P da Pampa, Horacio Turri, disse que a produção de petróleo da empresa deve aumentar, citando o trabalho de desenvolvimento em andamento no bloco de xisto Rincón de Aranda, localizado na província de Neuquén.

“Em termos de petróleo, veremos um aumento significativo na produção da Pampa”, disse Turri na teleconferência. A produção de petróleo da Pampa, tradicionalmente focada em gás natural, está em torno de 4.500 b/d [barris por dia]. A Pampa está realizando um projeto-piloto de US$ 161 milhões na área não convencional de Vaca Muerta, onde a produção deve atingir um patamar de 35 mil a 40 mil b/d em 2027

“Portanto, é um desafio e uma oportunidade bastante significativa para a Pampa no setor de óleo de xisto”, assinalou Turri.

O trabalho atual na área deve adicionar cerca de 1.800 barris por dia à produção da empresa. No geral, para o período de 2024-2025, a Pampa planeja perfurar dois pátios, envolvendo oito poços na licença, adicionando cerca de 12.580 barris por dia.

O investimento total na área deve atingir US$ 2,46 bilhões, de acordo com os dados publicados pelo governo provincial no ano passado.

As metas de produção têm como destino as instalações de exportação de petróleo de Bahía Blanca, na província de Buenos Aires.

A Pampa adquiriu cerca de 6 mil b/d de capacidade de despacho no projeto da operadora de gasodutos Oldelval, atualmente em andamento, para expandir a capacidade entre a bacia de Neuquén e Bahía Blanca.

Em relação à produção de gás no primeiro trimestre, a companhia registrou 11,7 MMm³/d (milhões de metros cúbicos por dia), um aumento de 31% na comparação anual. No período de inverno, quando a demanda normalmente aumenta na Argentina, a Pampa se comprometeu em entregar 15,7 MMm³/d, o que inclui 600,00 Mm³/d para o Chile. Para a próxima temporada fora de pico, que começa por volta de outubro, a produção deverá desacelerar para 13,8 MMm³/d, incluindo quase 1 MMm³/d para o Chile.

Estão em andamento negociações entre autoridades governamentais argentinas e brasileiras sobre a exportação, inicialmente apenas em períodos fora de pico, de gás argentino, o que poderia representar uma demanda de 20-40Mm³/d.

“Estamos apenas vendo os primeiros passos da negociação”, apontou Turri. Atualmente, o Chile absorve a maior parte do excedente de oferta da Argentina durante os meses mais quentes do ano.

A conclusão do trabalho midstream na Argentina seria necessária para estimular as exportações para centros de demanda no Brasil, seja através da Bolívia, seja através da infraestrutura brasileira – a ligação Uruguaiana-Porte Alegre–, que carece de um trecho final de 594 km.

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