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Pampa Energía sobre leilão de termelétricas: ‘Há muitas complexidades que precisamos analisar’

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Pampa Energía sobre leilão de termelétricas: ‘Há muitas complexidades que precisamos analisar’

A produtora de hidrocarbonetos e geradora de energia argentina Pampa Energía está interessada em participar do leilão de fornecimento de termelétricas do país, mas destacou a importância de um planejamento minucioso.

O leilão, batizado de TerCONF, busca garantir cerca de 2,25-3,00 GW de capacidade termelétrica firme. O processo, lançado recentemente, está sendo conduzido pela Cammesa, administradora do mercado atacadista de energia.

“Estamos estudando alguns projetos”, disse o CEO da Pampa Energía, Gustavo Mariani, na teleconferência de resultados do segundo trimestre de 2023 da empresa. “Há muitas complexidades que precisamos analisar. Ainda não temos certeza.”

O leilão é para nova capacidade de geração ou usinas existentes com menos de 15.000 horas de uso verificado.

A Pampa estuda opções brownfield e greenfield, mas provavelmente optará por apenas uma delas se a empresa decidir participar do leilão.

A Pampa possui nove termelétricas, e a maior delas é Ensenada Barragán, de 848 MW, na província de Buenos Aires.

Segundo Mariani, as estimativas de preço dos fornecedores ainda estão pendentes, mas provavelmente ficariam em torno de US$ 800.000/MW para capacidade instalada de ciclo aberto e US$ 1 milhão/MW para capacidade de ciclo combinado.

Mariani também se referiu à economia argentina, que sofre com uma inflação de três dígitos somada a déficits gêmeos e a uma taxa de câmbio sobrevalorizada.

“Eles colocaram um teto nos preços. É preciso ter muito cuidado ao avaliar os projetos e também levar em consideração quais serão as condições macroeconômicas no ano que vem, quando você terá que desenvolver o projeto.”

As propostas devem ser entregues até o final do mês, prazo que provavelmente será prorrogado, de acordo com participantes da teleconferência.

“Temos um apetite moderado, bem diferente do apetite voraz que tínhamos no leilão do Plan Gas [de fornecimento de gás] do ano passado. As condições do ambiente são bastante diferentes e o cenário macroeconômico da Argentina daqui para a frente é incerto”, acrescentou.

A Argentina também deve escolher um novo presidente no próximo trimestre.

Enquanto isso, a Pampa, grande produtora de gás, relata uma produção recorde de quase 16 MMm³/d. A empresa aumentou a produção para ajudar a preencher a primeira fase do gasoduto de Vaca Muerta.

VENDAS DE GÁS E PRODUÇÃO

As vendas de gás foram de 10,6 MMm³/d no segundo trimestre, alta de 4% no comparativo anual e 18% no trimestral, com o preço médio do gás no trimestre em US$ 4,7/MMBTU, cerca de 7% maior em comparação com o ano anterior. As exportações para o Chile foram o principal motor de crescimento.

A empresa, disseram na conferência, está atingindo hoje uma taxa de produção de cerca de 15,7 MMm³/d, prevista para durar até setembro, com pouco menos de 1 MMm³/d dessa quantidade autorizado para exportação para o Chile. Parte da produção foi reduzida devido a atrasos no comissionamento do duto de Vaca Muerta.

Se a Argentina reverter a direção do fluxo da estrutura existente de transporte de gás no norte do país, conforme planejado, o Chile poderá se tornar um comprador maior, afirmaram os investidores.

BLOCO DE PETRÓLEO

A Pampa adquiriu recentemente da Total Austral uma participação de 45% no bloco de óleo de xisto Rincón de Aranda, na formação de hidrocarbonetos não convencionais de Vaca Muerta, em troca da Greenwind, de propriedade da Pampa, que possui o parque eólico Mario Cebreiro, de 100 MW, na província de Buenos Aires.

A transação dá à Pampa – que já tinha 55% de participação no bloco – 100% de participação na área.

Um grande player do setor de gás, a Pampa havia dito anteriormente que pretendia expandir sua presença no segmento de petróleo.

“Isso marca o início do nosso desenvolvimento de óleo de xisto, com o objetivo de continuar explorando todo o potencial de Vaca Muerta”, disse a gerente de relações com investidores Lida Wang na teleconferência.

Um plano piloto deve ser iniciado no primeiro trimestre de 2024 para construir duas plataformas com quatro poços cada e instalações de superfície. O capex para esta fase inicial é estimado em US$ 200 milhões.

O trabalho na fase de desenvolvimento, vários anos depois, deve levar a produção para cerca de 20.000 b/d.

RENOVÁVEIS

Em junho, a Pampa comissionou as últimas turbinas no projeto eólico de 81 MW e US$ 121 milhões Pepe IV.

A Pampa também inaugurou Pepe VI, que envolve uma expansão de 300 MW em três fases. As duas primeiras fases, com 140 MW, estão previstas para entrar em operação até o final do ano que vem, por um preço de US$ 265 milhões.

As expansões de Pepe têm acordos privados de compra de energia.

A transação com a Total Austral não impede o desenvolvimento futuro de energias renováveis, segundo informações apresentadas na conferência, mas a capacidade limitada de transmissão disponível é um possível gargalo para o crescimento nacional das renováveis.

“Até que haja uma expansão na rede, não é fácil aumentar a capacidade renovável do sistema”, concluiu Mariani. “A maneira que encontramos para contornar essa situação na expansão de Pepe VI foi ir direto para a rede de alta tensão de 500 kV.”

Outros parques eólicos da Pampa estão conectados à infraestrutura de 132 kV.

DADOS FINANCEIROS

A receita de vendas da Pampa foi de US$ 464 milhões no segundo trimestre de 2023, acima dos US$ 462 milhões nos mesmos três meses do ano anterior, refletindo a demanda mais fraca devido a fatores como temperaturas amenas, desvalorização do peso e queda nos preços internacionais. O lucro líquido do trimestre foi de US$ 164 milhões, comparado com US$ 67 milhões no mesmo período de 2022.

A empresa passou por condições “mais rígidas” com relação ao acesso a dólares para importações, mas os planos de capex não foram afetados até agora e os atrasos nas importações não foram tão graves.

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