Para Intel, parcerias são fundamentais para escalar e acelerar a digitalização

A Intel está planejando expandir sua rede latino-americana de parceiros em áreas relacionadas a infraestrutura e tecnologias emergentes, notadamente genAI.

“Para nós, as parcerias são fundamentais para escalar e acelerar a digitalização. Nós somos um ecossistema aberto. Sempre trabalhamos com parceiros. Utilizamos muito open source, arquiteturas abertas e a todo tempo buscando, particularmente, que tecnologias como inteligência artificial e PCS estejam disponíveis para os parceiros, e deles para nós”, disse à BNamericas Marcelo Bertolami, Diretor de Parceiros e Tecnologia para a América Latina da Intel.

Um dos focos na frente de IA é o Meteor Lake, a nova geração de chipsets recentemente revelada pela Intel e que, pela primeira vez, vem com recursos integrados de IA e GPU.

Em outras palavras, incorporado por esses chipsets, o computador seria capaz de executar IA generativa sem depender da nuvem ou estar conectado à internet.

É a mesma aposta da Qualcomm em relação aos smartphones.

A Intel já está trabalhando com parceiros fabricantes de PCs, como Positivo e Dell, para lançar, em breve, o Meteor Lake, na região.

Bertolami foi nomeado para o cargo em fevereiro do ano passado, em meio a um processo de reorganização global que visa dar maior foco a cada um dos territórios em que a empresa atua.

Ele é responsável por todas as parcerias regionais na América Latina com segmentação por áreas técnicas: Internet das Coisas, fornecedores independentes de serviços, e tecnologia, como nuvem, datacenters e PCs.

A Intel tem um forte foco em parcerias, especialmente em áreas que compreendem grandes cadeias e ecossistemas fragmentados, como datacenters, IA, redes e edge computing.

Os parceiros fornecedores de serviços independentes incluem as multinacionais VMware, SAP e Oracle. Em termos de integradores, um dos novos parceiros regionais da Intel na América Latina é a multinacional chilena Sonda.

Intel e Sonda anunciaram a parceria no mês passado, com foco na transformação digital de empresas na América Latina.

O alcance do acordo tornou-o o primeiro assinado pela Intel com uma empresa da região e surge 20 anos depois de ter investido na Sonda através da Intel Capital, a sua divisão de venture capital.

A empresa também tem trabalhado diretamente com o apoio de integradores de seus maiores clientes: Petrobras, Itaú, América Móvil, MercadoLibre e Globo, disse Bertolami.

Na área de IoT, os principais clientes incluem Digifort, Digicom, Perto e ISS.

Para datacenters, os parceiros incluem Positivo, Dell, HP, Lenovo e Supermicro. E em termos de nuvem, os parceiros provedores de serviços gerenciados incluem SoftwareOne, Scala24, Rackspace e Real Cloud.

O objetivo da Intel ao expandir a rede regional é aumentar a penetração de seus produtos em meio à concorrência crescente, ao mesmo tempo que cria estratégias conjuntas de desenvolvimento tecnológico.

“E o Brasil é chave nessa estratégia. É muito importante para a Intel. São 150 milhões de pessoas online nas redes sociais, cerca de 100 mil startups, 70% destas dedicadas a cloud, AI, data anaytlics etc., 24 unicórnios. Por isso, temos equipe especializada no pais e alto engajamento com parceiros”, afirmou.

Com 36 anos de operação, a unidade brasileira é a mais antiga da Intel na região, seguida por México (30) e Argentina (25).

No México, a Intel possui um centro de design e validação para tecnologia de datacenter em Guadalajara e, na Costa Rica, uma fábrica de PCs e um centro de serviços, nos quais a empresa está investindo US$ 1,2 bilhão.

Quando se trata de ecossistemas, Bertolami destacou a importância da Colômbia, do Chile e do Peru. Embora seja uma importante fonte de trabalhadores de tecnologia e startups, a Argentina tem sido problemática em termos de importação e exportação de insumos, disse ele.