Paraná prepara edital de licitação para concessão da Nova Ferroeste

O estado do Paraná está avançando com seu plano de concessão da Nova Ferroeste, de 1.567 km, disse o secretário de Infraestrutura e Logística do estado, Sandro Alex, à BNamericas.

“Estamos preparando uma série de documentos solicitados pelo Ibama como parte de nossos esforços para obter as licenças ambientais do projeto. Com essas licenças garantidas, acredito que dentro de seis a 12 meses teremos o edital publicado”, disse ele.

A concessão deverá ter grande impacto no porto de Paranaguá.

“Atualmente, 20% da carga transportada pelo porto chega por ferrovia. Com a Nova Ferroeste isso aumentará para 50%”, explicou o secretário, que não quis divulgar os valores estimados de capex e opex para o projeto.

O governo do Paraná opera atualmente a Ferroeste, uma ferrovia de 248 km que liga Cascavel a Guarapuava.

O projeto da Nova Ferroeste prevê 1.567 km de novos trilhos, atravessando 66 municípios, sendo 51 no Paraná e oito no Mato Grosso do Sul. O contrato de concessão terá duração de 99 anos.

“Embora a Nova Ferroeste seja uma concessão do governo estadual, o governo federal aprovou sua inclusão no PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] e isto a torna uma prioridade nacional que ajudará a acelerar o processo”, disse Alex.

No início deste mês, as autoridades federais divulgaram o PAC, delineando investimentos no valor de R$ 1,7 trilhão (US$ 349 bilhões), com R$ 1,4 trilhão a serem investidos até ao final de 2026, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva termina o seu mandato.

Os investimentos serão financiados por empresas estatais, além de concessões e PPPs. Pelo PAC, o governo federal investirá R$ 94 bilhões no setor ferroviário por meio de 35 projetos.

O governo também está trabalhando em mudanças regulatórias para ajudar a estimular os investimentos.

“Nos primeiros meses da gestão do presidente Lula nosso foco foi nas rodovias porque havia projetos mais avançados, mas até o final de setembro anunciarei detalhes do novo arcabouço do setor ferroviário para melhorar a regulamentação de contratos e projetos”, afirmou à BNamericas o ministro dos Transportes, Renan Filho.