Pemex estabelece prioridades para 2022 e adiante

A petrolífera estatal mexicana Pemex definiu suas prioridades para o restante do governo do presidente Andrés Manuel López Obrador (AMLO).

Os principais objetivos da empresa estão relacionados ao aumento de sua capacidade de refino e ao fim das exportações de petróleo cru, garantindo que toda a produção do México seja processada pela Pemex, disse seu CEO, Octavio Romero Oropeza, em entrevista coletiva.

Outros objetivos incluem impulsionar seu negócio de fertilizantes, mergulhando mais profundamente no negócio de varejo de GLP e recuperando o controle do mercado doméstico de vendas de combustíveis, por meio da criação de uma nova unidade para competir com os participantes do setor privado. Todos esses objetivos, junto com outras prioridades, farão com que a empresa invista cerca de 388 bilhões de pesos (US$ 18,8 bi) em 2022, de acordo com o plano.

Durante a apresentação, o CEO também sinalizou, pela primeira vez em anos, que a Pemex estava considerando abrir um projeto para uma parceria com o setor privado. Isso envolveria a revitalização do Campo Lakach, onde a empresa investiu US$ 1,3 bilhão em um complexo projeto de águas profundas que acabou sendo considerado inviável.

De acordo com Romero, ao encontrar um parceiro privado disposto a investir US $ 1,45 bilhão adicional no projeto, a Pemex poderia se beneficiar com até US$ 1,2 bilhão em novas receitas, que poderiam compensar uma parte significativa de suas perdas anteriores no local.

Produção e refino de petróleo

A Pemex está trabalhando para manter a taxa em que incorpora novas reservas de petróleo, disse Romero. As reservas da empresa caíram constantemente desde 2012, de 13,8 Bb (bilhões de barris) para 7 Bb em 2018. Agora, elas estão em 7,4 Bb, mas a Pemex espera que o número caia para 7,1 Bb em 2024.

A empresa espera produzir 1,75 Mb/d em média em 2021, e ajustou sua projeção para o próximo ano para 1,94 Mb/d. A Pemex espera que até o final do mandato de AMLO, em 2024, a produção seja de 2 Mb/d, com 128 mil b/d vindo de parcerias com participantes privados.

Cerca de 1 Mb/d da produção de petróleo do México é vendido para ser processado no exterior e o país tem capacidade de processar 714 mil b/d em seu território, mas o objetivo é processar 1,5 Mb/d em refinarias mexicanas no próximo ano, e 1,9 Mb/d, quase toda a produção, em 2023.

Romero disse que, para conseguir isso, a Pemex precisa incorporar totalmente a refinaria de Deer Park, no Texas, e concluir a revisão das seis refinarias da empresa no próximo ano. Enquanto isso, o salto em 2023 seria explicado pelo início da operação da refinaria Dos Bocas, de US$ 8,9 bilhões, no estado de Tabasco, sustentado pela previsão de conclusão da reforma do complexo petroquímico de Cangrejera, no mesmo ano. A partir de então, a Pemex suspenderia totalmente as exportações de petróleo cru, disse o executivo.

De acordo com a apresentação, a Pemex espera que Deer Park aumente sua capacidade de refino em cerca de 300 mil b/d a partir do próximo ano. As seis refinarias existentes quase dobrariam sua capacidade de processamento de petróleo bruto, de 714 mil b/d em 2021 para 1,2 Mb/d em 2022 e 1,3 Mb/d em 2023. Uma vez operacional, Dos Bocas deverá adicionar 340 mil b/d ao sistema, iniciando em 2023.

A Pemex também planeja aumentar a produção de produtos derivados de gás natural, incluindo metano, GLP e etano, de 965 Mf³/d (milhões de pés cúbicos por dia) em 2021 para 1,8 Bf³/d em 2023.