Petrobras aprova 3 novos projetos de gêmeos digitais

A Petrobras está investindo para aumentar o uso de gêmeos digitais com três iniciativas aprovadas recentemente, disse um funcionário da empresa à BNamericas.

Na primeira dessas novas iniciativas, aprovada há menos de um mês, a empresa adotará gêmeos digitais em suas unidades de processamento de gás natural, com base na experiência que já possui nesses modelos virtuais para refinarias, segundo Everton Schaefer, gerente de tecnologias para planejamento de refino, otimização e eficiência energética e líder do centro de excelência de gêmeos digitais da Petrobras.

Uma segunda iniciativa aprovada pela Petrobras é a ampliação dos tipos de gêmeos digitais utilizados no refino, com base na experiência da empresa em suas operações de E&P.

A Petrobras possui mais de 30 unidades de plataforma de produção com a solução de gêmeos digitais “Ativo360”, desenvolvida em parceria com a universidade PUC Rio.

Esses novos gêmeos digitais para o refino estão focados na “integridade” dos ativos, ou seja, na manutenção preditiva e na gestão de equipamentos industriais.

A Petrobras já utiliza gêmeos digitais em refinarias para seus processos e produção de derivados de petróleo.

Eles são implementados, por exemplo, para ajustar as variáveis de processamento da planta, incluindo temperatura, vazão e pressão, otimizando a produção de certos derivados e em determinadas quantidades exigidas pelo mercado.

A empresa está em processo de conclusão da implantação de um gêmeo digital de integridade de ativos na Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), em Guamaré, no Rio Grande do Norte.

O objetivo é fazer o mesmo nas outras 10 refinarias e, no futuro, também nos ativos de gás e termelétricas, entre outros, comentou Schaefer.

“Nas plataformas, mapeamos com fotografias esféricas toda a unidade para navegar em uma visão estilo Google Street View, ou mesmo 3D, e com isso interagir com a planta, clicar no equipamento e saber como está a pressão, vazão ou temperatura do equipamento”, explicou Schaefer sobre a solução “Ativo360”, agora aplicada ao refino.

“Esse case de gêmeo digital de integridade na área de E&P é de extremo sucesso aqui na Petrobras. Ele também possui algumas capacidades de busca: ‘Quais são os equipamentos com manutenção atrasada? Pinta para mim em vermelho’. Ele marca em vermelho na réplica digital e detalha o que está em atraso. Ele também projeta o nível de corrosão futura, entre outros features”, detalhou o especialista.

Por fim, uma terceira iniciativa envolve a adoção de inteligência artificial para os gêmeos digitais utilizados nas plataformas de produção.

A Petrobras está com uma licitação aberta para selecionar fornecedores de soluções para previsão de falhas de equipamentos em suas unidades de Búzios, utilizando tecnologia de inteligência artificial (IA).

Participam desta chamada Aveva, Siemens, Baker Hughes e Samson, entre outros grandes players do mercado na disputa pelo contrato com a Petrobras, que será executado no ano que vem.

O modelo de contratação deste processo é de contrato público para soluções inovadoras, ou CPSI.

ADOÇÃO GENERALIZADA

Schaefer divide o uso dessas tecnologias na Petrobras em duas camadas: gêmeos digitais para macroprocessos, que envolvem maiores e mais complexos, com grandes ativos industriais como plataformas e unidades de refino; e gêmeos digitais “especializados”, que abrangem representações virtuais de determinados ativos e equipamentos específicos.

No primeiro caso, o executivo lista mais de 20 projetos em andamento na Petrobras, como reservatórios, poços, partes submarinas e topside e refinarias.

No segundo caso, envolvendo iniciativas específicas de equipamentos, a Petrobras possui mais de 200 desses gêmeos digitais “especializados”.

“Temos hoje iniciativas envolvendo a cadeia inteira da empresa. Desde a parte de upstream, passando por downstream e midstream”, completou.