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Petrobras contrata Starlink e aumenta capacidade de supercomputação

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Petrobras contrata Starlink e aumenta capacidade de supercomputação

A Petrobras está implantando satélites de órbita baixa da Starlink para melhorar a conectividade offshore, enquanto no segmento onshore, a empresa vai ampliar a capacidade de seus supercomputadores, revelou o gerente-geral de TIC da petrolífera federal, Marinho Ayres Fischer, na última terça-feira (19).

“Recentemente, firmamos um contrato de aquisição com a Startlink e estamos testando nas plataformas. Inicialmente, são cerca de 10 equipamentos [em implantação]”, disse Fischer em resposta à BNamericas em um bate-papo com repórteres nos bastidores do Dell Technologies Forum, em São Paulo.

As negociações com a Starlink, que não tinha uma unidade específica para atender empresas no Brasil, duraram aproximadamente um ano, contou ele. A BNamericas não conseguiu confirmar o valor exato do contrato.

Os equipamentos da Starlink serão utilizados para conectividade em FPSOs, plataformas e embarcações em geral, apontou Fischer. Os primeiros equipamentos da empresa de Elon Musk, no entanto, estão sendo implantados nas plataformas, sobretudo aquelas que tinham mais problemas de conectividade, segundo o executivo, que acrescentou que o uso inicial é “promissor”.

A iniciativa marca a primeira aposta aberta da Petrobras em satélites de baixa órbita. Hoje, para conectividade de backup, a empresa depende de satélites principalmente em órbitas mais altas, que tendem a ter maior latência de sinal.

No ano passado, a Petrobras selecionou o integrador de serviços gerenciados e telecomunicações Sencinet (antigo BT LatAm) para interconectar todas as suas unidades offshore e terrestres por meio de antenas terrestres de satélite (Vsats) fornecidas pela israelense Gilat, conforme relatado em primeira mão pela BNamericas.

A Gilat trabalha com satélites desenvolvidos pela Hispasat, Intelsat, Eutelsat, Inmarsat, Telesat e SES, entre outras. Este mês, a Sencinet anunciou que se tornou integradora da Starlink na América Latina.

SUPERCOMPUTADORES

Enquanto diversifica e aprimora sua conectividade offshore, a Petrobras está aumentando sua capacidade de supercomputação, voltada principalmente para exploração e pesquisa, no segmento onshore. A Dell é um de seus principais fornecedores.

O contrato da Petrobras com a Dell envolveu quatro máquinas de computação de alto desempenho (HPC), ou supercomputadores, cada uma com sua especificidade e finalidade de aplicação: Gaia, Gemini, Albacora e Casarin.

Em agosto, todos os equipamentos começaram a operar a plena capacidade, revelou Fischer. Dos quatro, Albacora foi lançado primeiro por não incluir GPUs em seu design. As poderosas unidades de processamento gráfico estão demorando mais para serem fornecidas pelos fabricantes por conta da alta demanda do mercado.

O Gaia tem foco em pesquisa e foi instalado no Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras (Cenpes), no Rio de Janeiro. Como relatado anteriormente pela BNamericas, o contrato foi ganho pela Dell no ano passado por R$ 76 milhões (US$ 15,7 milhões).

Gaia tem capacidade de processamento de 7,7 petaflops, o equivalente a 1,5 milhão de celulares ou 40 mil notebooks, e consumo de energia estimado em 574 kW.

O Gemini está sendo utilizado para processamento sísmico pela área de exploração e produção (E&P) da Petrobras, enquanto Albacora e Casarin estão focados em ambientes de reservatórios: Albacora na engenharia de simulações de reservatórios e Casarin no processamento geofísico de reservatórios, segundo o executivo. Este último obteve um retorno sobre o investimento (ROI) de mais de oito vezes em apenas seis meses, completou Fischer.

Este ano, a Petrobras também lançou o supercomputador Tatu, de R$ 36 milhões, aplicado para apoiar suas operações de E&P e considerado o primeiro HPC da empresa com recursos de inteligência artificial.

A empresa francesa de TI Atos, que já forneceu a maior parte dos supercomputadores da petroleira, ganhou o contrato para o Tatu. De acordo com Fischer, o Tatu foi licitado antes, mas implantado depois do Gaia, da Dell.

Assim como Gaia, Tatu foi instalado no Cenpes do Rio.

Incluindo Gemini, Albacora e Casarin, a Petrobras conta com nove supercomputadores.

O maior deles é o Pégaso, fornecida pela Atos, que a empresa afirma ser o quinto mais poderoso da indústria global de petróleo e gás, com capacidade de processamento de 21 petaflops e consumo de energia de 1,5 MW.

As estruturas não atendem apenas as operações no Brasil. Segundo Fischer, o investimento da empresa em máquinas HPC foi “fundamental” para as recentes descobertas de gás na Colômbia, por exemplo.

Ele se recusou a comentar se a Petrobras tem outras licitações de supercomputadores em andamento – embora, levando em conta as crescentes descobertas e a expansão das atividades de E&P, isso pareça provável.

Além da Atos e da Dell, a Petrobras também possui contrato de HPC com a HP.

O atual plano estratégico da Petrobras, que prevê investimentos de US$ 78 bilhões para 2023-2027, destina US$ 2,1 bilhões para transformação digital e inovação.

A petroleira também utiliza notebooks, monitores e PCs fornecidos pela Dell, que venceu uma licitação realizada há cerca de dois anos para substituir todos os equipamentos.

FIBRA TERRESTRE

Fischer também confirmou que a administração da Petrobras está reavaliando a venda de sua rede de fibra terrestre. A expectativa é que uma decisão seja tomada até o final do ano, disse ele.

“Existe um estudo de viabilidade e essa oportunidade está sendo avaliada pela área de portifólio. Hoje, as operadoras têm condição de prestar esse serviço para a Petrobras.”

“A Petrobras de fato já usa parte da estrutura das telcos. Agora, demos um passo para trás, estamos reavaliando se faz sentido. Em princípio, faz sentido sim [vender]”, completou Fischer.

O desinvestimento havia sido anunciado em outubro, sob a antiga liderança da Petrobras. Em dezembro, a empresa abriu um processo de recebimento de ofertas vinculativas para a venda da rede terrestre de fibra.

A rede está distribuída ao longo de oleodutos e gasodutos desde a região Nordeste do país até o Sul, com uma rota separada no Norte.

A BNamericas detalhou aqui toda a rede terrestre, bem como a possível divisão da venda em quatro blocos regionais.

Também demos detalhes exclusivos sobre os avanços dos projetos offshore de fibra da Petrobras, nas bacias de Santos e Campos, ambos executados pelo Grupo Zmax.

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