Petrobras e Ecopetrol confirmam maior descoberta de gás da história da Colômbia

A Petrobras e a colombiana Ecopetrol planejam começar a produzir gás na área offshore de Sirius dentro de cinco anos, após identificar volumes totalizando 6 Tf³ (trilhões de pés cúbicos), revelaram os parceiros de joint venture nesta quinta-feira (5).

Os resultados de uma campanha de perfuração no poço Sirius 2 (antigo Uchuva) confirmaram a "maior descoberta de gás na história da Colômbia", disse o CEO da Ecopetrol, Ricardo Roa, em uma entrevista coletiva.

“O melhor anúncio que queremos fazer hoje é que temos um forte compromisso de [iniciar a produção] antes do final de 2029”, acrescentou.

Localizado a 77 km da cidade portuária caribenha de Santa Marta, Sirius 2 foi perfurado a uma profundidade de água de 830 metros em várias fases ao longo de quase seis meses.

A área faz parte do bloco GUA-OFF-0 (antigo Tayrona), no qual a Petrobras tem uma participação operacional de 44%, sendo o restante detido pela Ecopetrol.

A empresa colombiana revelou que o consórcio planeja investir US$ 1,2 bilhão em exploração e US$ 2,9 bilhões na fase de desenvolvimento e produção.

As empresas pretendem garantir as licenças ambientais necessárias e confirmar a viabilidade comercial da descoberta até 2027.

Espera-se que a produção tenha uma média de 470 MMf³/d (milhões de pés cúbicos por dia) ao longo de um período de 10 anos a partir de quatro poços, os quais serão conectados às instalações de tratamento existentes no campo Ballena por meio de uma linha de fluxo submarina. O investimento na nova infraestrutura deve chegar a US$ 3 bilhões.

“Estamos realizando um projeto inovador e é tudo submerso”, afirmou Rodrigo Costa, diretor-presidente da sucursal da Petrobras na Colômbia. “Tudo vai acontecer no fundo do mar, ou seja, não haverá infraestrutura visível na superfície.”

A confirmação da descoberta ocorre em um momento crítico para o setor energético da Colômbia, em meio a previsões de uma iminente escassez de gás.

Dados publicados pela BMC, entidade que administra o mercado de gás natural, mostram que a nação andina enfrentará um déficit de 76,5 BBTU/d (bilhões de unidades térmicas britânicas por dia) em 2025 e 190 BBTU/d em 2026.

A situação foi agravada por um declínio acentuado nas reservas de gás, que caíram para 2,37 Tf³ no final de 2023, ante 2,82 Tf³ no ano anterior, de acordo com números oficiais.