PIB peruano cai em março, mas deve se recuperar em abril e maio

A economia peruana teve uma contração de 0,28% em março em comparação com o mesmo mês do ano anterior, após crescer 1,50% em janeiro e 3,04% em fevereiro.

O resultado inferior do PIB em março se deve às quedas registadas na construção e na manufatura, além do efeito estatístico de ter menos dias úteis no mês devido aos feriados da Semana Santa, que em 2023 caíram em abril, segundo o último relatório da agência de estatísticas INEI.

De acordo com a instituição, o PIB cresceu 1,38% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2023, mas caiu 0,09% nos 12 meses encerrados em março.

O relatório do INEI (em espanhol) pode ser baixado na seção Documentos, no canto superior direito da tela.

SETORES

Segundo o relatório, os setores com maior crescimento mensal foram hotelaria e restaurantes (5,62%), administração pública (3,86%) e serviços empresariais (3,54%). No entanto, essas categorias não representaram mais de 12% do PIB em março, e o seu efeito multiplicador sobre a economia é baixo em comparação com itens como mineração e manufatura.

No caso do setor de mineração e hidrocarbonetos, houve um aumento interanual de 2,60% em março, mas a taxa mensal foi bem menor que a dos meses de janeiro (3,96%) e fevereiro (15,9%). A categoria representou 14,4% do PIB no trimestre e aumentou 7,64% em relação ao primeiro trimestre de 2023.

Por outro lado, o segmento de construção registrou queda de 2,48% em março, enquanto a manufatura caiu 9,63%. Ambos os setores representaram mais de 21% do PIB no mês. Porém, a construção civil aumentou 5,12% no primeiro trimestre de 2024, já a manufatura caiu 6,14% no mesmo período.

FUTURO

Em abril e maio, espera-se uma recuperação em diversas áreas que já apresentaram resultados preliminares. O Banco de Crédito del Perú (BCP), a maior instituição bancária do país, relata as seguintes melhorias em abril:

• Melhorias no setor de pesca devido ao início da temporada na metade do mês; 62% da cota total de anchoveta (2,5 milhões de toneladas) já foi capturada.
• A demanda por eletricidade cresceu 3% em comparação com abril de 2023 e 2,5% nas primeiras duas semanas de maio.
• Um aumento de 12% no investimento público em relação ao mesmo mês do ano passado.
• Alta nas importações de capital de 11% ante abril de 2023.

Enquanto algumas instituições apostam em um avanço anual entre 2,5% e 2,7% até 2024, o BCP mantém sua projeção de 3%.

“A recuperação será gradual para os setores não primários, especialmente no segundo semestre. […] Os fatores que sustentam essa recuperação gradual ainda estão em vigor: este ano, os choques de oferta que tivemos em 2023 não se repetiriam (El Niño, protestos sociais, etc.); os preços favoráveis dos metais; a melhoria do poder de compra em um contexto de menor inflação; e o impacto da política anticíclica associada a uma taxa mais baixa do Banco Central e a uma maior execução de investimentos”, destacou o relatório do BCP.