PIB peruano deve ter recuperação em julho, segundo consultorias locais

Estimativas apontam que o PIB mensal do Peru cresceu entre 3-4% em julho, deixando para trás o crescimento modesto de 0,21% registrado em junho.

Indicadores econômicos preliminares do mês de julho mostram uma maior geração de eletricidade, um aumento nas receitas fiscais e uma recuperação nas importações de bens de capital. Além disso, espera-se uma recuperação nos setores primários, como mineração e manufatura.

Os números foram coletados pelas áreas de pesquisa do Banco de Crédito de Perú (BCP) e do Scotiabank.

O BCP, maior banco do país, estimou em seu relatório que o crescimento de julho ficará próximo de 4%, impulsionado em grande parte por um aumento no investimento público.

“Em julho de 2024, o investimento público do governo cresceu 33% em termos reais (jun-24: 4,2%), a importação de bens de capital aumentou 15% (jun-24: 1,7%), e a arrecadação através do imposto geral sobre vendas (IGV) teve uma recuperação de 10,6% (jun-24: -0,3%)”, detalha o documento.

Embora o setor de construção ainda se encontre em terreno negativo devido à queda de 2,40% em junho, a contração de julho teria sido muito menor. A expectativa é que haja uma inversão da tendência em agosto. Segundo o Scotiabank, o consumo de cimento – indicador substituto da construção privada que responde por mais de 70% do resultado global do setor – teria caído 0,4% em julho em relação ao mesmo mês do ano passado, taxa muito inferior à queda de 5,2% do mês anterior.

Sem divulgar uma estimativa exata da expansão do PIB em julho, o Scotiabank observou que o crescimento será superior ao de junho, mas pode ficar um pouco abaixo do esperado. “A evolução positiva seria limitada pelo fato de haver um dia útil a menos do que em julho de 2023, já que o dia 23 de julho foi declarado como um novo feriado nacional”, explicou o banco.

META ANUAL

Embora vários especialistas e a comunidade empresarial peruana esperem uma recuperação econômica para o segundo semestre, a realidade é que o crescimento acumulado até o momento não favorece a meta de expansão de mais de 3% estabelecida para 2024.

O crescimento decepcionante de junho ficou muito abaixo da previsão de 1,8% e dificulta o cumprimento da meta no restante do ano, uma vez que a expansão interanual no primeiro semestre foi de apenas 2,49%.

Segundo o economista peruano Juan Carlos Odar, para a economia crescer a uma taxa anual de 3,1% – projeção atual do Ministério de Economia e Finanças (MEF) –, o PIB teria que crescer pelo menos 3,6 % no segundo semestre.

“Isso implica uma recuperação da produção ajustada sazonalmente que, excluindo o período da pandemia, não se vê desde 2018”, lembrou o especialista nas redes sociais.