Players da mineração chilena destacam a importância da colaboração para o sucesso dos projetos

A integração e o trabalho conjunto desde a fase inicial de um projeto de mineração são fundamentais para garantir uma execução bem-sucedida, afirmaram fornecedores e stakeholders do setor de mineração no evento Proyectmin, realizado nesta quinta-feira (3) em Santiago.

Tais ações “evitam problemas na construção, independentemente da função da engenharia. Há projetos que começam com 45% de engenharia, outros chegam a 60%”, disse Angiello Saffirio, subgerente da R&Q Engenharia, empresa com atuação na América Latina, na a conferência organizada pela agência de comunicação B2B.

Por sua vez, Eric Schmidt, vice-gerente de inovação da empresa local CBB Cales – que fornece cerca de 90% da cal necessária para a indústria do cobre –, mencionou que a participação conjunta desde o início de um projeto favorece a integração das partes interessadas e agrega valor.

Schmidt afirmou ainda que a cal é essencial para os processos de cobre, assim como para a indústria do lítio e usinas metalúrgicas, já que “modifica o pH para que os reatores possam atuar no processo e um concentrado de melhor lei”.

Miguel Carrera, líder regional da empresa canadense de soluções digitais Mine Sense, alertou para a falta de informações entre a mina e a usina. Ele explicou que o sistema ShovelSense fornece dados sobre o teor de minério para avaliar melhor o teor do material durante a escavação.

Com a determinação do teor do minério, é possível antecipar quedas de produção, fazer medições e caracterizações mineralógicas, além de recuperar minerais em zonas áridas, explicou Carrera.

Ele também se referiu à importância da colaboração. “O envolvimento precoce de fornecedores, compradores, operadores, pessoal de despacho e demais áreas é fundamental para estarmos todos alinhados com o objetivo de um projeto.”

MINERADORAS NO CHILE

Pablo Carvallo, gerente geral da unidade Minera Lomas Bayas, da Glencore, mencionou a recém-lançada iniciativa Lomaslab, um espaço para pilotos de tecnologia. Em sua carteira estão os testes de novos sistemas de perfuração, soluções de automação como caminhões e trolleys, além de testes de lixiviação para aumentar a produção, que “será escalável a todas as operações do grupo mineiro”.

Santiago Montt, CEO da empresa de capital canadense Los Andes Copper, proprietária do projeto greenfield de cobre Vizcachitas na região de Valparaíso, expressou otimismo com a transição energética global, que pode se traduzir em cerca de “US$ 100 bilhões em novos projetos” no Chile.

O executivo especificou que, enquanto os projetos greenfield são essencialmente uma atividade público-privada, os projetos brownfield são de maior interesse para o mundo privado, mas em ambos os casos o processo de licenciamento é um desafio. “Os prefeitos devem ver o investimento como algo benéfico que, além de facilitar a obtenção de licenças, permitirá um progresso mais eficiente na realização conjunta de novos projetos”, afirmou Montt no evento.