Polos de datacenter da América Latina têm cerca de 750 MW de capacidade de TI, diz estudo

Os principais polos de datacenter da América Latina têm quase 750 MW de capacidade de carga de TI integrada, de acordo com estimativas da JLL, empresa global de serviços imobiliários para propriedades comerciais e gestão de investimentos.

Os números fazem parte do relatório Data Centers 2024 Global Outlook da JLL, que mapeia a situação de algumas das principais regiões e traça projeções de crescimento para investidores, desenvolvedores e operadores imobiliários.

O monitoramento da empresa na América Latina, porém, está limitado a quatro localidades: Campinas e Barueri, ambas no estado de São Paulo; a cidade do Rio de Janeiro; e Querétaro, no México.

Com Barueri e Campinas a 94 km distância e a cidade de Jundiaí – que também abriga importantes instalações de datacenter – no meio delas, a região pode ser considerada um eixo único de datacenters em São Paulo.

A JLL identifica 410 MW de capacidade de carga de TI integrada em Campinas e 221 MW em Barueri.

A companhia também descreve as duas localidades como mercados secundários e explica que esse grupo de polos globais de datacenters “normalmente tem entre 100-600 MW de oferta e recentemente tem atraído a atenção à medida que investidores, credores e desenvolvedores buscam novas oportunidades em mercados menos movimentados”.

Na visão da JLL, Barueri e Campinas são as únicas localidades consideradas mercados secundários na América Latina.

Capacidade de carga de TI integrada. Fonte: JLL

(Nota: os pontos em roxo representam mercados secundários; em preto, mercados primários; e, em vermelho, mercados emergentes.)

No topo do ranking estariam os mercados primários, que, para a JLL, incluem localidades com pelo menos 600 MW de oferta, com alguns ultrapassando 1 GW.

Esses mercados primários “continuarão registrando um forte crescimento, enquanto instalações de colocation e hiperescala consolidam suas posições em regiões metropolitanas seguras que se tornaram polos sub-regionais”, destaca o estudo.

Virgínia do Norte (capacidade de carga de TI mapeada de 3,64 GW), Londres (912 MW), Tóquio (898 MW) e Frankfurt (660 MW), bem como outras localidades dos Estados Unidos, entram nessa categoria.

Enquanto isso, Rio de Janeiro (76 MW) e Querétaro (41 MW) são, na avaliação da JLL, mercados emergentes para datacenters.

“Os mercados emergentes continuarão crescendo, à medida que as implementações de borda aproximam os datacenters do usuário e as leis federais de soberania de dados exigem o armazenamento no país”, afirma o estudo.

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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Em seu relatório, a JLL repete as projeções da indústria sobre como a inteligência artificial (IA), sobretudo a IA generativa, promoverá maiores capacidades de armazenamento e processamento de dados.

O documento cita previsões que apontam que os consumidores e as empresas estão preparados para gerar nos próximos cinco anos o dobro da quantidade total de dados criada nos últimos 10.

O relatório também menciona o desafio de encontrar locais adequados e a pressão crescente sobre as redes elétricas existentes, além dos requisitos de energia sustentável.

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“Em muitos casos, a infraestrutura de rede existente terá dificuldade em apoiar a mudança global para a eletrificação e a expansão da infraestrutura digital crítica, tornando cada vez mais importante que os profissionais do setor imobiliário e os desenvolvedores trabalhem de mãos dadas com os parceiros para garantir a energia futura adequada”, pontuou Jonathan Kinsey, diretor da EMEA e presidente global de soluções de datacenter da JLL, em um comunicado.

O relatório pode ser visto aqui (em inglês).