Prefeito de La Paz enfrenta acusações sobre resposta às enchentes

O prefeito de La Paz , Iván Arias, enfrenta acusações de negligência no tratamento das fortes chuvas que afetam a capital boliviana.

“Colocaremos em consideração a necessidade de declarar emergência municipal”, disse Arias em entrevista coletiva conjunta com o vice-ministro da Defesa Civil, Juan Carlos Calvimontes, que já havia criticado o prefeito por sua recusa em usar este instrumento.

Calvimontes afirmou que as perspectivas para a cidade ainda são incertas, uma vez que as chuvas deverão continuar ao longo de março e algumas barragens estão em risco, uma vez que os reservatórios atingiram a sua capacidade máxima.

“Estamos passando por uma crise generalizada e, infelizmente, as maquinações políticas estão à frente da vida humana”, disse Roxana Pérez, vereadora de La Paz, à TV Bolívia, referindo-se às alegações de que Arias planejava culpar o governo nacional por uma resposta deficiente.

Ela acredita que o último desastre poderia ter sido evitado com uma declaração de emergência, o que teria facilitado o apoio do governo boliviano. A declaração do estado de emergência também permite à cidade realocar fundos para resposta a catástrofes e solicitar recursos departamentais.

Na semana passada, Calvimontes alertou que os prefeitos que não emitirem declarações de emergência ou de catástrofe poderão enfrentar dificuldades no acesso aos fundos de reconstrução.

La Paz sofreu vários deslizamentos de terra nas últimas semanas e um trecho do rio Aruntaya, no sul da cidade, transbordou na segunda-feira (4), matando um trabalhador, informou a ABI, agência de notícias estatal. O incidente também danificou casas e equipamentos pesados que estavam sendo usados para limpeza.

O departamento de La Paz foi o mais afetado pela estação chuvosa, que vai de novembro a abril. Até o momento, o desastre matou 16 pessoas no departamento e 40 em todo o país, segundo a defesa civil.

Todos os nove departamentos da Bolívia relataram danos causados pela chuva, com mais de 840 casas completamente destruídas, metade delas no departamento de La Paz.

As chuvas e os deslizamentos de terra também danificaram gravemente estradas e rodovias.