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Preocupações cambiais se somam aos problemas do setor argentino de construção

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Preocupações cambiais se somam aos problemas do setor argentino de construção

As taxas de câmbio variáveis da Argentina são um fator agravante para a elevada inflação que afeta o setor local de construção, para o qual os custos dispararam mais de 100% no ano passado, de acordo com players argentino de infraestruturas.

Embora a inflação na construção seja uma realidade global, com os preços a aumentar em média 15% nos últimos quatro anos devido a factores como a pandemia de Covid-19 e a invasão da Ucrânia pela Rússia, as regulamentações cambiais da Argentina acrescentam outra camada de desafio, de acordo com Fernando Lago, gerente geral da Câmara Argentina da Construção (Camarco).

“As importações de abastecimento em geral deveriam ser pagas pelo câmbio oficial do dólar, que é o mais barato do menu, mas sofre de enormes dificuldades operacionais. É necessário um procedimento chamado SIRA [Sistema de Importação da República Argentina], que leva um tempo indeterminado e que, claro, afeta prazos e cronogramas, custos e continuidade do trabalho”, disse Lago ao responder a uma pergunta da BNamericas durante um webinar.

Ele também explicou que houve casos em que a conclusão das obras ferroviárias foi adiada devido a problemas na importação de pregos para fixação dos trilhos, o que não representou sequer 0,1% do custo total da obra.

Visão semelhante foi expressa pelo ex-presidente da Camarco, Julio César Crivelli, que criticou as restrições oficiais ao câmbio em geral.

“Produz todo tipo de anormalidades porque esta medida é tomada para restringir o acesso a moedas estrangeiras como um ‘remédio’ para a inflação. Como resultado, é difícil obter dólares ‘oficiais’ para fornecedores de equipamentos e suprimentos e, portanto, há toda uma nova incerteza que prejudica os preços dos contratos”, ele afirmou durante o evento organizado pela Camarco e pela Federação Interamericana da Indústria da Construção (FIIC) sobre os efeitos da inflação nas obras públicas.

Como resultado dos preços elevados e da instabilidade, as licitações de obras públicas na Argentina têm assistido a propostas que muitas vezes duplicam ou até triplicam o orçamento oficial.

Após as primárias de 13 de agosto, nas quais o libertário Javier Milei obteve o maior número de votos para presidente e o atual ministro da Economia, Sergio Massa, ficou em terceiro lugar, o governo optou por desvalorizar a taxa de câmbio oficial do peso.

O vice-presidente da FIIC, Iván Szczech, comentou durante o webinar da Camarco que uma reunião entre representantes de mais de 150 construtoras locais – realizada após as primárias  – chegou à conclusão de que a desvalorização, que reduziu a taxa de câmbio oficial em 18% em relação ao dólar e em até 50% no caso de alguns taxas não oficiais, causou interrupções nas entregas de suprimentos.

“Alguns materiais não foram entregues ou, se foram, vinham com ‘notas fiscais em aberto’”, disse ele, descrevendo uma prática em que os fornecedores só fixam o preço quando os custos de reabastecimento estão mais claros, o que na Argentina é ainda mais complicado por conta das diferenças entre as taxas de câmbio e a inflação.

A inflação anual atualmente a ultrapassa os 100% na Argentina.


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