Presidente ordenará auditoria da Cobre Panamá para avaliar reabertura temporária

O novo presidente do Panamá, José Raúl Mulino, informou na última segunda-feira (1º) que ordenará uma “auditoria rigorosa” da mina Cobre Panamá, administrada pela canadense First Quantum Minerals, a fim de avaliar sua possível reabertura temporária para a realização do fechamento definitivo com segurança.

“Vou ordenar uma auditoria ambiental rigorosa da mina, com os melhores especialistas internacionais, para que o país saiba a verdade sobre o estado do local, seu entorno, rios, fauna, flora e os possíveis perigos que a situação atual da mina representa para o meio ambiente, estando aberta ou fechada”, disse Mulino em seu primeiro discurso como presidente. Ele garantiu que a auditoria não implicará qualquer custo para o Estado.

“O plano de abrir e fechar de forma definitiva, segura e positiva para o nosso país dependerá do resultado deste estudo ambiental”, acrescentou o presidente, depois de destacar que, nas condições atuais, o local “representa um potencial desastre ambiental que precisamos evitar”.

Embora o governo e a subsidiária Minera Panamá tenham chegado a um novo acordo no ano passado, depois de o contrato original para operar a mina de cobre e ouro ter sido declarado inconstitucional em 2017, milhares de manifestantes protestaram contra o projeto principalmente por razões ambientais.

No final de novembro de 2023, a Corte Suprema anulou o contrato, o que resultou na ordem de fechamento da mina a céu aberto. 

Embora Mulino tenha reiterado que “não fazer nada [a respeito da mina] não é uma atitude responsável”, ele esclareceu que é preciso respeitar as leis, a decisão do tribunal e os pedidos da população.

Portanto, a operação de longo prazo da emblemática mina de cobre, que já representou quase 5% do PIB panamenho, não seria viável no momento.

Em fevereiro, o governo do ex-presidente Laurentino Cortizo aprovou uma estratégia para o fechamento ordenado e definitivo do depósito, um processo com um custo de execução entre US$ 800 milhões e US$ 1 bilhão que levaria de sete a nove anos, segundo dados oficiais. 

A First Quantum iniciou um processo de arbitragem internacional em um tribunal com sede em Miami, solicitando uma indenização de US$ 20 bilhões, de acordo com a empresa. Também manifestou a intenção de iniciar outros processos com base nos acordos comerciais do Panamá com o Canadá e a Coreia do Sul.