Presidente panamenho aprova exportação de concentrado de cobre da mina Cobre Panamá

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, anunciou nesta quinta-feira (13) que autorizou a transferência de concentrado de cobre da mina Cobre Panamá.

"Quero dizer de antemão, para que o que não é verdade não seja dito, autorizei a retirada do material de lá, que está sendo desperdiçado e no qual o Panamá investiu uma quantia enorme de dinheiro, que eles devem reembolsar ao Panamá quando o material for processado fora do Panamá", disse Mulino durante sua entrevista coletiva semanal.

"Também autorizei a entrada em operação da usina termelétrica de 300 MW para que ela possa ser exportada pelo porto e o carvão importado", disse Mulino.

Desde o ano passado, a Minera Panamá, uma subsidiária da canadense First Quantum Minerals, alertava sobre o aumento de reações químicas que geram gases perigosos e o aumento da temperatura do material armazenado, o que representa riscos ambientais e ameaça a saúde e a segurança de quem realiza trabalhos de manutenção na operação paralisada.

Autoridades e especialistas também alertaram sobre os riscos ambientais e de segurança de manter quase 130.000 toneladas de concentrado de cobre armazenado nas instalações da Minera Panamá devido à impossibilidade de exportá-los ou mesmo processá-los.

A empresa disse ter recebido com “satisfação” as declarações do presidente sobre as autorizações para exportar concentrado de cobre, importar carvão e iniciar a operação da usina de geração de energia.

“Reafirmamos nossa disposição de dialogar e encontrar juntos a melhor solução, sempre visando contribuir para o bem-estar do país e de todos os panamenhos”, afirmou.

A mineradora acrescentou que os fundos gerados pela exportação de concentrado de cobre permitirão que ela continue suas atividades de preservação, reafirmando seu comprometimento com a sustentabilidade, administração ambiental e gestão responsável de recursos. Ela também se comprometeu a cumprir com todas as obrigações fiscais.

“Continuaremos trabalhando lado a lado com as autoridades e comunidades locais para garantir que todas as atividades sejam realizadas com segurança e responsabilidade, sempre mantendo um diálogo aberto e transparente com todas as partes interessadas”, acrescentou a Minera Panamá.

A Corte Suprema do Panamá declarou o contrato de concessão com a Minera Panamá inconstitucional, resultando no fechamento da mina de cobre de US$ 6,5 bilhões no final de 2023, ainda sob o governo de Laurentino Cortizo.

Cobre Panamá produziu 330.863 toneladas de cobre em 2023, marcando uma queda de 5,6% em relação a 2022, além de um pouco de ouro.