Previsão vê risco de congestionamento no gasoduto de Camisea, no Peru

O Peru enfrenta o risco de congestionamento do gasoduto de Camisea devido à demanda de usinas de energia, segundo o coordenador nacional da rede elétrica COES.

Em seu novo plano operacional de longo prazo, o COES espera que o consumo médio diário para a geração a gás no centro do país chegue a, no máximo, 604 MMf³/d (milhões de pés cúbicos por dia) em 2025, 620 MMf³/d em 2026 e 620 MMf³/d em 2027.

Os valores não levam em conta as restrições de disponibilidade de gás de Camisea e consideram condições hidrológicas normais durante a estação seca.

O consumo ultrapassa a capacidade disponível de Camisea para geração de energia de 585 MMf³/d, 570 MMf³/d e 555 MMf³/d nesses três anos.

O uso máximo de gás de Camisea por não geradores em 2025, 2026 e 2027 é projetado em 335 MMf³/d, 350 MMf³/d e 365 MMf³/d, respectivamente. A capacidade do gasoduto para uso doméstico é de 920 MMf³/d.

Considerando condições de hidrologia normais, haveria um déficit de geração eficiente de 4% (327 MW) no ano que vem, 6% (516 MW) em 2026 e 6% (536 MW) em 2027. A situação exigiria o uso de combustíveis líquidos para a geração de energia.

“Da mesma forma, os valores mínimos da reserva de geração considerando todas as usinas do sistema (inclusive aquelas que operam com diesel e resíduos) seriam de 27% (2.121 MW) em 2025, 24% (1.931 MW) em 2026 e 23% ( 1.912 MW) em 2027, que são insuficientes se houver uma contingência maior, como a desativação do gasoduto de Camisea, que interrompe aproximadamente 2.600 MW”, acrescenta o plano.

Para a transmissão, o COES informou que não são esperadas restrições de rede para instalações com níveis de tensão superiores a 100 kV.

O relatório com as perspectivas está disponível (em espanhol) na caixa Documentos, no canto superior direito da tela.

Consumo médio de Camisea por setor no primeiro trimestre (em milhões de pés cúbicos por dia). Fonte: Osinergmin/Adaptação: BNamericas