Primeiro poço exploratório em águas ultraprofundas na Argentina não revela indícios de hidrocarbonetos

Um poço pioneiro perfurado neste semestre em águas ultraprofundas na costa argentina não encontrou indícios de hidrocarbonetos.

A norueguesa Equinor perfurou o poço Argerich-1, na licença CAN-100 da Bacia Argentina Norte, a cerca de 300 km da costa da província de Buenos Aires. As parceiras do bloco são a estatal YPF (35%) e a Shell (30%).

Argerich-1 foi o primeiro poço em águas ultraprofundas da Argentina.

A Equinor, com participação operacional de 35%, confirmou os resultados após a publicação de um artigo pelo veículo de comunicação local EconoJournal.

“Embora tenhamos conseguido confirmar o modelo geológico, não foram encontrados sinais claros de hidrocarbonetos, por isso o poço é considerado seco”, disse a Equinor à BNamericas.

“Nos próximos meses, todos os dados e informações coletados através deste poço e levantamentos sísmicos serão extensivamente analisados para aumentar a compreensão do potencial de hidrocarbonetos nessas áreas.”

Os trabalhos de exploração foram realizados em águas mais rasas da costa de Buenos Aires, na Bacia Colorado, entre 1969 e 1997, com 18 poços perfurados. O petróleo foi extraído de um deles durante testes de formação repetidos. Atualmente, todos os hidrocarbonetos offshore da Argentina são produzidos mais ao sul, na Bacia Austral, sendo o gás o principal produto.

Na Bacia Argentina Norte, a Equinor detém a propriedade integral da licença CAN-108 e uma participação de 50% na área CAN-102, onde a operadora é a YPF.

Em outras áreas do mapa offshore, na Bacia Malvinas Oeste, a Equinor possui 100% de participação na licença MLO-121 e 25% de participação não operacional na MLO-123 (operada pela Total Austral com 37,5% e YPF com 37,5%). Na Bacia Austral, a Equinor tem 100% das licenças AUS-105 e AUS-106.

Recentemente, a Argentina concedeu à Equinor um prazo até agosto para conduzir os levantamentos sísmicos 3D em AUS-105, AUS-106 e MLO-121.

Os contratos offshore foram outorgados em uma rodada de licenciamento de 2018-19, resultando na atribuição de 18 áreas, pela Argentina, a nove grupos de empresas, com um investimento associado de US$ 724 milhões e área combinada de 94.834 km².  A Argentina ofereceu 38 áreas, nas bacias Malvinas, Argentina Norte e Austral. Os stakeholders do setor frequentemente mencionam semelhanças entre as formações geológicas offshore na América do Sul e aquelas na costa da África Ocidental, onde foram feitas descobertas.

Segundo uma apresentação da YPF, a Argentina possui recursos potenciais de hidrocarbonetos offshore de 31 bilhões de boe (barris de óleo equivalente), em comparação com os 29 bilhões de boe estimados na formação na formação não convencional onshore de Vaca Muerta.

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