Produção de cobre no Peru começa a desacelerar

O crescimento da produção de cobre no Peru começou a registrar uma desaceleração, e agora parece pouco provável que a contribuição total ultrapasse as 3 Mt (milhões de toneladas) projetadas para o ano.

Depois de acumular uma expansão interanual de 3,5% no primeiro trimestre, a produção acumulada entre janeiro e maio subiu apenas 0,01% em relação aos primeiros cinco meses de 2023, após quedas respectivas de 8,2% e 1,4% nos volumes em abril e maio, quando apenas três minas do país registaram um crescimento constante.

Esses números foram citados em um relatório do Ministério de Energia e Minas (Minem) com informações do período de janeiro a maio. O resultado mostra que a produção acumulada no ano atingiu 1,08 Mt em 31 de maio, valor semelhante ao registrado no mesmo período de 2023.

Enquanto isso, foram produzidas 231.509 t de cobre em maio, 234.781 t a menos que no mesmo mês do ano passado.

A seguir, a BNamericas analisa os números de produção das principais empresas que atuam no país.

Três mineradoras impulsionam a produção de cobre no Peru hoje: Antamina, Southern Copper e Anglo American Quellaveco. Embora tenham registrado altos e baixos até agora no ano, todas elas acumularam um crescimento acima da média.

No caso da Antamina – cujos acionistas são BHP (33,75%), Glencore (33,75%), Teck (22,5%) e Mitsubishi (10%) –, a mineradora que atua na região de Áncash produziu 182.603 t entre janeiro e maio, número que supera as 167.854 t registradas no mesmo período de 2023. Somente em maio, a mineradora produziu 47.741 t, um crescimento anual de 33%.

Enquanto isso, na Southern Copper, a produção cresceu 11,5% em maio, para 35.053 t, e 17,2% entre janeiro e maio, para 174.126 t.

A empresa opera as minas de Toquepala, na região de Tacna, e Cuajone, na região de Moquegua, ambas no sul do Peru.

A Anglo American, operadora de Quellaveco, informou que sua produção teve queda de 3,7%, para 26.306 t em maio, mas reportou um aumento interanual de 13,2%, com 123.936 t, nos primeiros cinco meses do ano, representando 11,5% do volume nacional.

OUTRAS EMPRESAS

A situação foi diferente para as demais empresas de cobre que operam no país. Cerro Verde, mineradora que hoje lidera a produção, acumulou uma queda de 6,3%, com 183.149 t de janeiro a maio, e parece não haver sinais de recuperação no curto prazo.

A mineradora localizada na região de Arequipa é responsável por 17,01% do volume nacional, mas a Antamina segue de perto, com uma contribuição de quase 17%, segundo o Minem, e se tornará a principal produtora se a tendência continuar.

Empresas de mineração como Las Bambas, Antapaccay, Marcobre e Chinalco relataram conjuntamente que o volume de cobre diminuiu 10% em comparação com o ano anterior, entre janeiro e maio. Juntas, as quatro minas representam 26,2% da produção nacional.

PERSPECTIVAS

Atualmente, o Minem espera que a produção de cobre ultrapasse 3 Mt, mas a projeção está sujeita a certas condições. Além disso, o cenário mudou.

Embora Quellaveco deva operar em plena capacidade e gerar até 350.000 t/ano de cobre este ano, a Anglo informou que produzirá entre 300.000-330.000 t. Esse número seria semelhante às 319.000 t produzidas no ano passado, mas o resultado é um pouco decepcionante, considerando que a mina estava em processo de otimização até junho de 2023.

Outro impulso viria da Chinalco – que opera a mina Toromocho –, cujas obras de expansão da mina seriam concluídas em junho. Segundo o ministério, a operação comercial da expansão teria início este ano. Com isso, a mineradora poderá começar a reverter a contração de 12,9% registrada entre janeiro e maio.

Por fim, embora se esperasse que Las Bambas tivesse uma contribuição maior em 2024, devido às obras em andamento em Chalcobamba – a nova cava da mina –, executivos do setor sugeriram que a primeira fase estará totalmente habilitada até o final deste ano, e não entre julho e agosto, conforme planejado anteriormente. Isso significa que não haverá produção adicional até 2025.