Produção peruana de cobre fica longe das projeções do governo

A produção peruana de cobre voltou a cair em outubro, o que põe em xeque não só a projeção traçada pelo governo de 2,8 a 2,9 Mt (milhões de toneladas) para o ano, como a de igualar os 2,76 Mt de 2023.

Em outubro, foram reportadas 236.797 t, o que deixa o número dos primeiros 10 meses em 2,23 Mt. Trata-se de uma queda interanual de 0,7%, segundo relatório do Ministério de Energia e Minas (Minem).

Com exceção de alguns meses como fevereiro e agosto, houve quedas na produção do metal durante quase todo o ano (ver tabela). Esta situação fez com que o Minem reduzisse sua primeira projeção no final de agosto, de 3,0 para 2,8-2,9 Mt.

Mês	2023	2024
Janeiro	208.000 toneladas	205.000 toneladas
Fevereiro	192.000 toneladas	217.000 toneladas
Março	219.000 toneladas	219.000 toneladas
Abril	222.000 toneladas	204.000 toneladas
Maio	235.000 toneladas	232.000 toneladas
Junho	242.000 toneladas	214.000 toneladas
Julho	230.000 toneladas	224.000 toneladas
Agosto	223.000 toneladas	247.000 toneladas
Setembro	235.000 toneladas	232.000 toneladas
Outubro	240.000 toneladas	237.000 toneladas

Fonte: Minem

De acordo com dados do Minem, a produção mensal entre janeiro e outubro foi em média de 223 mil toneladas. Se este nível for mantido em novembro e dezembro, 2024 fechará em torno de 2,68 Mt. Para atingir a faixa inferior do que o governo projeta, a produção mensal teria que ultrapassar 284 mil t, valor muito superior à máxima mensal registrada neste ano.

GRANDES MINERADORAS

As principais mineradoras apresentam comportamento desigual na produção de cobre. Por exemplo, a Cerro Verde – controlada pela norte-americana Freeport-McMoRan – acumula quedas mensais e cumulativas neste ano, mas continua sendo a principal produtora do país, com 374.779 t do metal nos primeiros 10 meses do ano.

Em seguida vêm Antamina, com 366.821 t no período de janeiro a outubro, e Southern Copper, com 351.483 t. Os números constituem um crescimento homólogo de 5,3% e 15,7%, respectivamente.

Las Bambas – liderada pela chinesa MMG – voltou ao quarto lugar e deslocou a Anglo American Quellaveco para o quinto. A produção de Las Bambas em outubro aumentou 37%, para 38.548 toneladas, o maior valor mensal de todas as mineradoras, e 1,8% entre janeiro e outubro, para 253.854 toneladas.

Por outro lado, a contribuição de Quellaveco subiu 10,3% no décimo mês, ficando em 27.886 t, mas a mineradora acumulou queda de 2,7% entre janeiro e outubro, registrando 243.967 t.