Produtores e consumidores brasileiros de gás se preocupam com tarifas

Os produtores e consumidores de gás no Brasil estão preocupados com a incerteza em torno das taxas de transporte do combustível no país.

No início de junho, a Nova Transportadora do Sudeste (NTS) elevou em 30% as tarifas de sua malha de gasodutos.

A NTS é uma das três maiores operadoras de gasodutos do país, ao lado da Transportadora Associada de Gás (TAG) e da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG).

No dia 14 de junho, o Fórum das Associações Empresariais Pró-Desenvolvimento do Mercado de Gás Natural (Fórum do Gás) questionou o aumento e solicitou esclarecimentos à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) sobre a metodologia utilizada para tomar a decisão.

A NTS explicou que o aumento foi motivado pela demanda de gás que ficou abaixo das projeções originais.

O Fórum do Gás acredita, porém, que o aumento se deve à inclusão do Gasoduto Itaboraí-Guapimirim (Gasig) na base de ativos da NTS, o que pode ter levado a uma distorção tarifária.

“Não temos como prever como serão calculadas as tarifas de transporte. É uma discussão aberta entre o transportador e a agência reguladora, sem necessariamente incluir a participação de quem vai pagar a conta, e isso impacta na avaliação de riscos”, disse Cláudia Brun, vice-presidente da Equinor Brasil, nesta quarta-feira (19), durante o Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico, Enase.

A Equinor é a operadora do campo Raia (antigo Pão de Açúcar, no bloco BM-C-33 da Bacia de Campos), que está programado para começar a produzir e vender gás natural em 2028.

Mariana Amin, diretora da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), afirmou que o aumento das tarifas da NTS aumenta ainda mais o custo já elevado do gás para os consumidores no Brasil.

“Do ponto de vista da indústria, é difícil decidir se vou mudar do diesel para o gás. Se vou fazer adaptações para isso”, comentou ela no Enase.