Produtores mexicanos de cimento visam reduzir emissões de CO₂

Os membros do da câmara mexicana do cimento (Canacem) planejam reduzir as emissões de CO₂ em 17% até 2030 em relação aos níveis de 2016, em linha com o Acordo de Paris.

O México é um dos 20 maiores produtores globais de cimento. Em 2016, a indústria local emitiu 629 kg de CO₂ por tonelada de cimento produzida.

A média global naquele ano foi de 614 kg de CO₂/t (por tonelada), com a Áustria emitindo 428kg CO₂/t, a Alemanha 470kg CO₂/t, o Brasil 579kg CO₂/t e o Reino Unido 582kg CO₂/t, de acordo com um relatório conjunto da Canacem e da Federação Interamericana do Cimento (Ficem).

Para reduzir as emissões, a Canacem reabilitou pedreiras, reciclou material de outras indústrias, construiu uma cultura inclusiva, modernizou equipamentos e promoveu o coprocessamento, entre outros.

O coprocessamento e a criação de produtos mais ecológicos são cruciais para atingir a meta de 2030.

Além disso, “a análise para 2030 adota as diretrizes estabelecidas pela Academia Europeia para Pesquisa do Cimento, as quais destacam o fator clínquer, o coprocessamento e a eficiência energética como principais indicadores”, disse o líder da Canacem, Jaime Hill Tinoco, a repórteres durante a apresentação do plano na quarta-feira (29).

O chefe do comitê de sustentabilidade da Canacem, Carlos Medina Ayala, disse: “onde estão as oportunidades para reduzir nossa pegada de carbono? Basicamente, na trituração de matérias-primas como calcário e argila, e na moagem dessa mistura para alimentar os sistemas de calcinação dos fornos de produção de clínquer – que é onde a maior parte da energia é necessária.”

A produção de clínquer continua sendo um processo altamente intensivo em energia, disse a diretora da Ficem, María José García Jaramillo, durante o evento. Mas o material pode ser substituído por outros durante o processo de moagem do cimento, acrescentou Medina.

Hill declarou que “enquanto indústria, estamos em processo de desenvolvimento de novos tipos de cimento que incluem o uso de materiais complementares para reduzir a proporção de clínquer, portanto a aceitação [destes produtos] no mercado e na indústria da construção é fundamental.”

A aceitação do mercado ainda era um obstáculo importante para o plano de redução de CO₂, que também envolve o uso de 66% menos de clínquer, de acordo com Hill.

O coprocessamento de resíduos deve chegar a 32%. Segundo Medina, uma ampla gama de materiais pode ser coprocessada, como pneus, óleos e resíduos sólidos urbanos. Os materiais “podem ser usados na produção de cimento quer como agentes energéticos no coprocessamento, quer como aditivos para reduzir o fator clínquer”, disse.

Para tomar essas medidas e aumentar seu impacto, explicou Hill, as leis relacionadas devem ser fortalecidas, o financiamento verde deve ser promovido e a cooperação intensificada.

A Canacem representa Cemento y Concreto Moctezuma, Cementos Fortaleza, Cemex México, Concretos Cruz Azul, Grupo Cementos de Chihuahua e Holcim México.