Programa Luz para Todos deverá exigir até 15 milhões de módulos fotovoltaicos

O Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica, conhecido como Luz para Todos, demandará até 15 milhões de módulos fotovoltaicos, baterias e inversores, a um custo de R$ 38 bilhões (US$ 7,4 bilhões), até 2028, de acordo com um estudo do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA).

Com foco nas comunidades remotas da região amazônica, a pesquisa mostrou que o acesso à energia solar poderia ser menos oneroso para as pessoas que atualmente são atendidas por geradores à base de petróleo ou que não têm eletricidade.

“Se o direcionamento econômico da política pública atuasse no custo de capital dos sistemas, o preço da energia elétrica desses sistemas poderia ser inferior ao preço da energia cobrada pelas distribuidoras locais. Essa ação, somada à já existente tarifa social de energia elétrica, poderia atenuar a pobreza energética”, disse Vinícius Oliveira, um dos autores do estudo e líder de projetos do IEMA, em um comunicado à imprensa.

Segundo o estudo, o custo nivelado da energia – custo de instalação, operação e descomissionamento relacionado à eletricidade gerada ao longo da vida útil dos sistemas – dos equipamentos fotovoltaicos varia entre R$ 477/MWh e R$ 1.189/MWh.

A pesquisa alerta que entre 58.000 e 234.000 toneladas de lixo eletrônico seriam geradas ao longo de 33 anos e que a Amazônia carece de infraestrutura adequada para gerenciar esses resíduos.

Os pesquisadores descobriram que a diversificação das fontes de energia renováveis poderia reduzir os resíduos gerados pelos equipamentos fotovoltaicos e estimular o desenvolvimento de uma cadeia de serviços nas regiões que passariam a ter acesso à eletricidade.

HISTÓRICO

Até 11 de novembro de 2023, aniversário de 20 anos do programa Luz para Todos, a iniciativa havia atingido 3,6 milhões de domicílios e beneficiado 17,2 milhões de pessoas, segundo o governo.

O programa também abrange áreas rurais de diversos estados.

No final de junho, o Ministério de Minas e Energia (MME) lançou o Luz para Todos Minha Casa, Minha Vida, que levará energia renovável às residências atendidas pelo programa habitacional.

Serão investidos cerca de R$ 3 bilhões no projeto, que envolve a instalação de painéis fotovoltaicos em 500.000 unidades consumidoras em todo o país.

O estado de Minas Gerais será incluído na primeira fase do programa, com cerca de 16.000 famílias contempladas em 40 municípios.

No início de julho, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assinou um termo de compromisso para o programa Luz para Todos na Bahia.

O acordo prevê mais de 29.000 conexões elétricas nos próximos dois anos, com investimento aproximado de R$ 1,5 bilhão e mais de 10.000 obras a serem realizadas no estado.

A nova etapa visa atender 118.000 pessoas de comunidades de baixa renda, indígenas e quilombolas.