Proquigel mantém projeto de hidrogênio verde na mira

A brasileira Proquigel Química solicitou a autorização da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para manter cargas e equipamentos para a implantação de uma planta de hidrogênio verde e amônia armazenados em seu Terminal Marítimo de Ureia (TMU), no Porto de Aratu, na Bahia, por mais 180 dias.

O pedido da subsidiária da Unigel se deve ao atraso no projeto, que será instalado no Polo Petroquímico de Camaçari, devido às dificuldades econômicas e financeiras enfrentadas pela empresa.

A Unigel entrou com pedido de recuperação judicial em fevereiro para reestruturar R$ 3,9 bilhões (US$ 690 milhões) em passivos com a emissão de novos títulos de dívida e patrimônio em troca do cancelamento da dívida atual.

Segundo o grupo, a crise deriva da alta volatilidade do preço do gás natural, principal custo da produção de fertilizantes nitrogenados, atrelada ao início de um ciclo de baixa no mercado petroquímico global originado durante a pandemia de Covid-19.

“Nesse sentido, com vistas a possibilitar a continuidade do projeto concebido pela Proquigel, apesar de suas atuais condições econômico-financeiras, é que se mostra imprescindível a concessão de nova autorização especial”, afirmou a empresa em um ofício enviado ao regulador.

A Proquigel solicitou que a nova autorização entre em vigor em 1º de dezembro, pois a autorização atual expira em 30 de novembro.

O projeto originalmente anunciado pela Unigel inclui um investimento de US$ 1,5 bilhão em uma planta com capacidade para produzir 100.000 t/ano de hidrogênio verde para obter amônia verde.

A empresa pretende oferecer os produtos aos clientes que veem o hidrogênio e a amônia verdes como soluções para seus desafios de descarbonização.

A amônia verde pode ser usada como combustível, especialmente por graneleiros e navios porta-contêineres.

Além disso, a amônia verde poderia fortalecer o portfólio de produtos sustentáveis da Unigel, já que é matéria-prima para fertilizantes e acrílicos.