QMC Telecom está otimista com oportunidades da ‘segunda onda do 5G’

O setor de telecomunicações do Brasil “andou de lado” nos últimos anos, em meio a complexos processos de consolidação e dúvidas sobre o leilão do 5G, mas agora está prestes a entrar em um novo ciclo de investimentos das operadoras para a densificação da nova tecnologia.

Essa é a opinião de Murilo Almeida (foto), presidente da QMC Telecom no Brasil.

“Todas essas incertezas agora se dissolveram, de certa forma. Estamos entrando em um novo começo, um novo ciclo de investimentos no mercado de telecomunicações”, disse Almeida à BNamericas, acrescentando que a QMC Telecom, neutral host de Porto Rico, conseguiu dobrar de tamanho nos últimos anos.

Desde o final do ano passado, as operadoras vêm aumentando os investimentos em diferentes soluções de infraestrutura, e as perspectivas para o mercado de infraestrutura são muito interessantes, segundo o executivo.

“A primeira onda de investimentos em 5G está aproveitando as torres e antenas macro existentes. A operadora usa sua rede para 4G e coloca equipamentos para transmitir 5G. Mas as frequências de 5G são mais altas, então o alcance é mais limitado. Com isso, precisam densificar essa rede com mais pontos de cobertura”, explicou o executivo. “É para lá que vamos agora.”

A QMC possui soluções no nível da rua (SLS), sistemas de antenas distribuídas (DAS) e torres em todos os países em que atua na região: México, Colômbia, Porto Rico, Peru, Chile e Brasil.

Os equipamentos não são próprios e a empresa importa produtos de diversos fabricantes.

Globalmente, a QMC tem mais de 3.400 ativos instalados, de acordo com Almeida.

O executivo afirma que a QMC é líder no mercado de soluções indoor. Só no Brasil, tem várias dezenas de projetos em fase de concepção, com foco na extensão da cobertura 5G indoor.

Internamente, a empresa se concentra sobretudo em shoppings, além de hospitais, hotéis e aeroportos.

De acordo com o executivo, a QMC também está em negociações para abastecer projetos de redes privadas, via operadoras ou integradores.

A QMC fornece infraestrutura para as três maiores operadoras móveis do Brasil – Telefônica Brasil, Claro e TIM –, bem como para a Algar Telecom. Na América Latina, também são clientes as controladoras América Móvil e Telefónica, entre outras.

A empresa também tem contratos com provedores de serviços de internet que adquiriram licenças no Brasil para fornecer serviços móveis e negocia com dezenas de outros players, de acordo com Almeida. A expectativa é que esses contratos avancem nos próximos meses.

No segmento de neutral host mais amplo, a empresa compete com empresas como American Tower, SBA, IHS e Highline.

Por enquanto, porém, a QMC não cogita entrar em outros segmentos de infraestrutura, como fibra, como fizeram a American Tower ou a IHS.

M&As

Questionado sobre oportunidades de aquisição no segmento, como novos ativos de torres da Oi que podem ser vendidos, Almeia disse que, tradicionalmente, o foco da QMC tem sido a expansão orgânica, embora a empresa esteja naturalmente em busca de oportunidades de aquisição.

A Highline, rival da QMC no setor, já adquiriu torres dos ativos móveis e fixos da Oi no passado.

“O DNA da QMC é orgânico. Eu diria que cerca de 98% dos nossos ativos foram ativos que implementamos, construídos sob medida. Não só eles são feitos sob medida, mas nós também fomos feitos para durar”, completou ele.