Quais são as próximas etapas do projeto eólico Antofagasta, de US$ 680 mi, da Ibereólica-Repsol?

Um projeto eólico chileno de US$ 684 milhões que recebeu aprovação ambiental recentemente está em fase de análise econômica e técnica e de financiamento, apurou a BNamericas.

As empresas espanholas de energia Ibereólica e Repsol planejam construir o empreendimento em Taltal, um distrito rico em recursos eólicos na região de Antofagasta, no norte do país.

Se construída, a usina – batizada de Antofagasta – seria o mais novo projeto de energia renovável realizado pela parceria e um dois maiores do gênero na América Latina. As duas empresas são as patrocinadoras do projeto.

Antofagasta envolve 122 turbinas de 6,6 MW cada, com uma capacidade instalada total de 805 MW, de acordo com um documento de licenciamento publicado este mês pela agência de análise ambiental SEA.

Uma linha de transmissão associada de 9,1 km também é proposta, e se conectaria à subestação de 500 kV de Parinas planejada para o local. Maior transmissora do Chile em extensão de linhas em operação, a Transelec recebeu a concessão para a execução do projeto Parinas, que já conta com licença ambiental.

“O projeto [Antofagasta] começará a ser construído quando todos os requisitos (técnicos e econômicos) forem cumpridos e os patrocinadores concordarem em iniciar as obras, levando em consideração o prazo regulamentado na CUO [concessão governamental de uso do solo]”, disse a Repsol em uma declaração à BNamericas.

A construção da primeira fase está marcada para começar em julho com obras de acesso, de acordo com o documento do SEA.

O projeto Antofagasta foi submetido à avaliação em dezembro de 2020.

Os planos de aquisição de componentes do projeto estão em vigor e visam “garantir a concorrência e otimizar os custos do projeto”, informou a Repsol.

Os responsáveis também estão trabalhando em uma estratégia de financiamento, o que indica que o modelo adotado poderá replicar aquele que foi usado em outros projetos da Repsol-Ibereólica. Para seu primeiro parque eólico desenvolvido em conjunto no Chile, a usina Cabo Leones III, de 193 MW, na região do Atacama, as empresas usaram project finance, envolvendo entidades espanholas e internacionais.

Em termos de offtakers, a Repsol disse que não poderia divulgar informações.

Neste trimestre, a Ibereólica e a Repsol colocaram em operação o segundo parque eólico desenvolvido em conjunto: a central Atacama, de 165 MW, construída na região com o mesmo nome.

No Chile, as empresas têm um portfólio conjunto de 1,2 GW de projetos em operação, construção ou desenvolvimento avançado, visando o comissionamento em 2025. A capacidade pode ultrapassar 2,6 GW até 2030.

Diversos grandes projetos de renováveis que entram no sistema de avaliação ambiental do Chile hoje incluem sistemas de armazenamento em baterias, em resposta aos gargalos de despacho em alguns pontos.

Espera-se que uma grande linha de transmissão HVDC norte-sul entre em serviço por volta de 2030 e alivie o congestionamento. Enquanto isso, o armazenamento em bateria, que pode ser implantado mais rápido que os principais projetos de rede, tem um papel importante a desempenhar. Os responsáveis pelo planejamento da rede propuseram a incorporação de um sistema de regulação de energia baseado em armazenamento em baterias na subestação de Parinas.

Um parque eólico de 204 MW na região do Atacama – que não faz parte do portfólio da parceria Repsol-Ibereólica – foi destaque nas notícias no ano passado depois de relatar estresse de pagamento relacionado à dissociação de preços.

Uma combinação de fatores, incluindo aumento dos custos dos combustíveis fósseis, falta de flexibilidade e congestionamento da rede, aumentou o risco de dissociação – ou incompatibilidades desfavoráveis nos preços nos nós de injeção e retirada – e a diferença entre os preços spot durante o dia e fora do horário de verão.

O governo está trabalhando em projetos de lei relacionados à transmissão, afirmou o ministro da Energia, Diego Pardow, à BNamericas no último trimestre.