Quem pode se beneficiar com a flexibilização dos controles de capital no setor argentino de petróleo e gás?
As atuais exportadoras de petróleo da Argentina seriam as primeiras a se beneficiar de uma flexibilização dos controles de capital no setor de hidrocarbonetos, disse a agência de classificação Fitch à BNamericas.
O ministro da Economia, Martín Guzmán, anunciou recentemente as medidas, segundo as quais as empresas de petróleo e gás passam a ter acesso a dólares.
Elas ocorrem em meio a fortes preços internacionais de energia e mudanças geopolíticas, sob as quais país deseja alavancar para impulsionar o crescimento econômico.
Um dos principais objetivos de conceder acesso ao mercado cambial é facilitar a importação de equipamentos especializados necessários para aumentar a produção, o que reduziria a dependência das importações e estimularia o aumento das exportações que, por sua vez, ajudariam a reforçar as reservas estrangeiras esgotadas do Banco Central argentino.
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Quaisquer aumentos associados na produção de petróleo provavelmente levariam mais de um ano para serem registrados.
“O beneficiário imediato disso é provavelmente a Pan American Energy, pois atualmente é uma exportadora líquida de petróleo”, pontuou à BNamericas Julieta Seebach, diretora corporativa da Fitch para a América Latina. A Pan American Energy produz cerca de 125 mil b/d (barris por dia) de petróleo bruto.
A CGC – outro player do setor privado argentino que atualmente exporta – produz cerca de 21 mil b/d e também poderá obter benefícios no curto prazo. Outras grandes empresas do setor, como a estatal YPF, cuja produção de petróleo é atualmente absorvida pelo mercado local, e a empresa privada Pampa Energía, focada no gás, enfrentariam primeiro as necessidades de investimento. Já a Vista, outro player importante no upstream, declarou no início deste ano que aumentaria as exportações de petróleo.
Durante sua última teleconferência de resultados, a YPF afirmou que estava avançando com os planos de reativar as exportações de petróleo para o Chile muito mais rapidamente do que o descrito pelas autoridades em reuniões no mês passado.
O investimento do setor petrolífero provavelmente fluirá principalmente para campos de hidrocarbonetos não convencionais na formação de Vaca Muerta, que vem impulsionando o crescimento da produção nacional em meio a uma tendência de queda na produção de petróleo e gás convencional em outros lugares.
Atualmente, a Pan American Energy produz cerca de 80% de seu petróleo a partir de ativos convencionais na bacia do Golfo San Jorge, e cerca de 16% em Vaca Muerta.
Sob a nova estrutura, as empresas de hidrocarbonetos poderão obter dólares de uma proporção da produção adicional, com a produção de 2021 como linha de base. Um projeto de lei de promoção de investimentos em hidrocarbonetos de 2021, que continha medidas semelhantes, permanece no Congresso da Argentina.
Uma questão central é se este incentivo cambial sob medida – que já era esperado – será grande o suficiente para seduzir os players de upstream, que ainda enfrentam altos custos de financiamento por conta do perfil de risco do país. A previsibilidade do ambiente regulatório, uma vez que as regras serão implementadas por decreto e não por legislação aprovada no Congresso, também é um fator.
Sobre as novas medidas de controle de capital, Seebach disse: “Faz sentido econômico. É uma oportunidade não só para as empresas gerarem receitas em moeda forte, mas também para o país.”
As empresas se concentrariam tanto no investimento midstream quanto no upstream. “A infraestrutura é um componente crítico para o sucesso”, disse Seebach.
Omar Gutiérrez, governador da província de Neuquén – que fica sobre o maior pedaço de Vaca Muerta e a bacia de Neuquén – declarou que o movimento foi positivo, mas que era necessário um quadro especial para aquisição de equipamentos.
“Para acelerar o desenvolvimento de Vaca Muerta, são necessários novos equipamentos que não são fabricados nem disponíveis aqui [na Argentina]”, afirmou Gutiérrez em comunicado do governo provincial. “Falta um regime que permita às empresas obter os equipamentos necessários para acelerar o novo investimento, sendo preciso avançar nas obras de infraestrutura.”
O petróleo é mais fácil de exportar do que o gás, que é atualmente canalizado para offtakers no Chile, Brasil e Uruguai durante os meses mais quentes do Cone Sul, quando a demanda doméstica argentina diminui. A exportação de gás para mercados estrangeiros exigiria grandes investimentos em instalações de liquefação e ativos de produção.
A Argentina importa alguns produtos petrolíferos refinados, incluindo diesel e gasolinas de alta octanagem, para ajudar a atender à demanda. O país tem um preço de referência local do petróleo bruto, conhecido como “barril criollo”, que estava em torno de US$ 60/b no início deste ano. A Argentina exporta petróleo por meio de navios-tanque, enquanto um oleoduto de exportação de petróleo desativado conectando a província de Neuquén ao Chile – o duto Transandino – pode voltar a funcionar este ano. Outros trabalhos de expansão de petróleo e gás no meio do caminho estão sendo realizados.
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Para ajudar a defender o peso, a Argentina começou a implementar controles de capital antes mesmo de o presidente Alberto Fernández assumir o cargo em 2019. O país entrou em uma crise econômica em meados de 2018.
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