Raio-x: os 7 maiores produtores de gás da Argentina

Os perfuradores na província argentina de Neuquén produziram cerca de 91,4 MMm³/d (milhões de metros cúbicos por dia) de gás em julho, em comparação com quase 91 MMm³ em junho, de acordo com dados publicados pelo Ministério de Energia da jurisdição.

O gás de xisto representou 71% da produção, enquanto o gás tight e os convencionais corresponderam a 15% e 14%, respectivamente.

A produção nacional em julho foi de 138 MMm³/d, segundo dados do instituto General Mosconi baseados em estatísticas do departamento federal de energia.

Neuquén fica sobre a maior parte da formação de hidrocarbonetos não convencionais de Vaca Muerta, que tem impulsionado o crescimento da produção nacional, compensando o declínio na produção dos campos convencionais.

O governo da província informou que, em agosto, a produção aumentou 6,98% em relação ao mês anterior, para um recorde de 97,8 MMm³/d. Em nível nacional, a produção subiu para 144 MMm³/d.

O crescimento da produção de Neuquén foi liderado pelas licenças El Mangrullo e Sierra Chata, da Pampa Energía; Fortín de Piedra, da Tecpetrol; e Aguada Pichana Oeste, da Pan American Energy.

A província tem 47 projetos de extração não convencional correspondendo a um total de 9.981 km², ou cerca de 33% da superfície de Vaca Muerta.

Neuquén poderia, com base no maior desenvolvimento da área, produzir 150 MMm³/d de gás em 2027-2028, indicou o governador Omar Gutiérrez. O país, por sua vez, tem capacidade para produzir 226 MMm³/d em 2030, com o gás de xisto representando 75% do total, de acordo com um relatório encomendado pela câmara local de produção e exploração de hidrocarbonetos CEPH. Para isso, seria necessário aumentar o investimento e implementar medidas regulamentares para ajudar a incentivar os gastos necessários com atividades de E&P e infraestrutura de midstream.

O investimento em convencionais e não convencionais teria de ficar em torno de US$ 2,55 bilhões/ano até 2028, antes de subir para US$ 4,17 bilhões em 2029 e US$ 6,13 bilhões em 2030, afirma o relatório. O investimento associado foi de US$ 1,83 bilhão no ano passado e deve ficar na faixa de US$ 2,17 bilhões este ano.

Os players do setor têm exigido ajustes para apoiar a competitividade e a estabilidade regulamentar em longo prazo. Junto com a flexibilização dos controles cambiais, outra exigência é uma política energética estatal de longo prazo que continue em vigor independentemente da coalizão política que estiver no poder.

Embora os partidos políticos da Argentina discordem em muitas questões, o desenvolvimento da indústria de óleo e gás geralmente recebe apoio bipartidário. Da forma como as coisas estão, parece provável que um governo de direita ou de centro-direita assuma o comando após as eleições do próximo trimestre. A grande questão é qual política será apresentada e se ela será aprovada no Congresso.

Uma júnior e uma major anunciaram planos de venda de ativos no país.

AS SETE MAIORES OPERADORAS DE GÁS DA ARGENTINA

A produção de 138 MMm³/d de julho ficou estável em relação ao mês anterior e caiu 1,5% em relação ao ano anterior, de acordo com o instituto General Mosconi e o departamento federal de energia. As temperaturas mais altas do que o normal no inverno diminuíram a demanda.

1. YPF: 35,4 MMm³/d, queda de 6% ano a ano
2. Total Austral: 30 MMm³/d, queda de 2,5% em relação ao ano anterior
3. Tecpetrol: 20,2 MMm³/d, queda de 2,9% ano a ano
4. Pan American Energy: 19,2 MMm³/d, aumento de 8,7% ano a ano
5. Pampa Energía: 10,7 MMm³/d, aumento de 2,3% ano a ano
6. Pluspetrol: 7,1 MMm³/d, aumento de 3,8% ano a ano
7. CGC: 5,9 MMm³/d, aumento de 42,1% ano a ano

VACA MUERTA

Os maiores players de Vaca Muerta, que produziu 65,3 MMm³/d em julho, de acordo com dados do departamento federal de energia e do instituto General Mosconi, foram Tecpetrol (18 MMm³/d), YPF (16,1 MMm³/d), Pan American Energy (9,2 MMm³/d), Total Austral (8,9 MMm³/d), Pluspetrol (4,8 MMm³/d) e ExxonMobil (0,5 MMm³/d). YPF, Tecpetrol e Exxon reportaram quedas de 2,3%, 2,5% e 39%, respectivamente.

Em notícias relacionadas, a primeira fase do gasoduto de Vaca Muerta, que entrou em operação neste semestre para ajudar a substituir as importações e estabelecer as bases para o aumento das exportações, já gerou economias de US$ 421 milhões na importação de energia, afirmou a estatal Energía Argentina. As injeções no duto, estimadas em cerca de US$ 1,9 bilhão, estão substituindo cerca de US$ 12 milhões em importações de energia por dia, destacou.

Assim que os trabalhos da planta de compressão da primeira fase forem concluídos, no ano que vem, a capacidade deve subir de cerca de 11 MMm³/d para 30 MMm³/d.

O projeto prevê uma segunda fase, avaliada em US$ 3,2 bilhões, mas um obstáculo é garantir o financiamento.