Raio-x: os planos de capex das principais mineradoras no Brasil

Três das maiores produtoras de minério de ferro do Brasil anunciaram seus planos de capex.

Duas delas – CSN Mineração e Anglo American – focarão em seu negócio principal, enquanto a Vale buscará a diversificação.

“O minério de ferro é uma commodity que terá demanda firme por muitos e muitos anos, é uma aposta segura. A diversificação, por outro lado, traz riscos”, disse à BNamericas José Carlos Martins, CEO da Cedro Mineração e fundador da consultoria metalúrgica Neelix.

A BNamericas oferece a seguir um breve giro dos planos de cada empresa.

VALE

A Vale anunciou recentemente um plano de capex de US$ 6,5 bilhões para 2024. Para 2023, a Vale destinou investimentos de US$ 6 bilhões.

Do total previsto para o próximo ano, entre 2,5 e 3 bilhões de dólares serão atribuídos a metais de transição energética, como cobre e níquel.

A aposta da Vale em metais de transição energética ocorre em meio a projeções de aumento da demanda global por veículos elétricos.

A empresa estima que a procura de cobre e níquel aumentará 16% e 19% até 2030, respectivamente, e as vendas globais de veículos elétricos crescerão 24% ao ano no mesmo período.

CSN

A CSN Mineração, um braço da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), planeja investir R$ 15,3 bilhões (US$ 3,1 bi) entre 2024 e 2028, em comparação com R$ 13,8 bilhões em seu plano de investimentos para 2023 a 2027.

“No segmento de mineração tivemos crescimento e continuaremos fortes aumentando nossa produção e de forma mais seletiva com projetos e teremos aumento de rentabilidade”, declarou o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, durante recente apresentação a investidores. .

A CSN planeja aumentar sua produção própria e de minério de ferro comprado de terceiros para 43,5 Mt (milhões de toneladas) em 2024 e 68 Mt em 2028. O número projetado para 2023 é de 42,5 Mt.

O principal projeto de mineração da CSN é Itabirito P15, ou Casa de Pedra, em Minas Gerais, onde as operações estão previstas para começar no primeiro trimestre de 2027 com capacidade de 15 Mt/ano. O plano de investimentos do ano passado previa que as operações começariam no quarto trimestre de 2025. O atraso se deve a um processo de contratação mais rigoroso. As aquisições detalhadas de engenharia, equipamentos e estruturas devem ser concluídas em 2025, segundo a empresa.

ANGLO AMERICAN

A britânica Anglo American  nomeou no início deste mês Ana Sanches como presidente de suas operações no Brasil.

A empresa confirmou então um plano para investir R$ 12 bilhões em suas operações no Brasil até 2027.

Sanches substituiu Wilfred Bruijn para liderar o projeto de minério de ferro Minas-Rio, além dos negócios de níquel da empresa em Goiás.

“Temos a meta de reduzir 30% da emissão de gases do efeito estufa em nossas plantas operacionais, até 2030. Em alinhamento a esses objetivos do plano, realizamos a assinatura de contratos de compra e de autoprodução de eletricidade, o que possibilitou uma matriz de energia elétrica 100% renovável nas operações do Brasil”, afirmou Sanches em comunicado recente.