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Reforma na distribuição é considerada vital para o esforço de descarbonização do Chile

Bnamericas

A reforma do setor de distribuição é fundamental para os esforços globais de redução de carbono do Chile, segundo especialistas do setor.

O país tem como objetivo emissões líquidas zero até 2050.

Medidas como a descontinuação da geração a carvão – processo que já está em curso – e o aumento da eletrificação da economia são considerada necessária para atingir tal meta.

Existe consenso sobre a necessidade de uma reforma do setor da distribuição para acompanhar uma maior penetração de veículos elétricos e ativos de geração distribuída.

Entretanto, o tempo é essencial, dados os anos que podem levar para conceber e aprovar a legislação, e é necessária uma abordagem holística que considere todo o ecossistema energético, segundo participantes de uma conferência organizada pelo Centro de Pesquisa sobre Transição Energética da Universidade Adolfo Ibáñez (Centra) e pela Associação Chilena de Comercializadoras de Energia (Acen).

“O objetivo final, de neutralidade de carbono, precisa de uma transformação do sistema e do próprio mercado”, disse à BNamericas Mauricio Riveros, gerente de Inovação de Energia Sustentável do Ministério da Energia.

“É necessária uma transformação que mude a lógica de funcionamento do mercado”, acrescentou.

Estimular a entrada de novos players, entre outras medidas, apoiaria a capacidade do lado da procura de reforçar a flexibilidade da rede e, por sua vez, obter benefícios da prestação deste serviço.

Uma reforma que apoie um mercado flexível pode abrir portas para comercializadoras e agregadoras de energia, explicou Riveros, um dos palestrantes do evento.

As mudanças também poderão criar oportunidades – e empregos – nas esferas do armazenamento de energia, bombas de calor e painéis solares.

“Isso obviamente vai precisar de um apoio financeiro importante para que este investimento seja gerado”, segundo Riveros, citando a importância de analisar potenciais mecanismos e incentivos públicos e privados.

O Ministério da Energia do Chile formou um grupo de trabalho que colocou questões associadas sob o microscópio, com o objetivo de conceber medidas de curto prazo que possam ser implementadas de forma relativamente rápida e um caminho para realizar a revisão mais ampla necessária.

Alguns players sugeriram uma estratégia de apresentação de várias reformas em vez de tentar aprovar um projeto de lei grande e provavelmente complexo.

Eduardo Andrade, secretário executivo da Acen, disse à BNamericas que “as redes de distribuição estão sendo impactadas pelo grande número de pequenas usinas de geração que estão sendo conectadas, que até 2024 representarão mais de 4.000 MW de potência instalada, o que aumentará a demanda móvel correspondente à eletromobilidade.

“Sem uma regulamentação que disponibilize aqueles que permitam sua inserção ordenada, implicará distorções que afetarão os consumidores finais, especialmente aqueles com menos recursos, o que demonstra a necessidade de avançar urgentemente na atualização da lei.”

Larissa Cunha, diretora de gestão do conhecimento da Associação de Distribuidoras de Energia Elétrica Latino-Americanas (Adelat), explicou à BNamericas que “a atividade de distribuição inicialmente desempenhou um papel focado na expansão da rede e na integração de novas unidades de consumo ao sistema, e hoje enfrentamos o desafio de continuar a prestar este tipo de serviço em um contexto de necessidade de fazer face à crescente eletrificação e à incorporação de recursos energéticos distribuídos.

“Desta forma, a modernização das infraestruturas é necessária para permitir a transição energética, demonstrando que modernizar as infraestruturas implica repensar a atividade dos distribuidores de eletricidade. Esta modernização inclui a implementação de medidores inteligentes, mas vai mais longe com a detecção de redes, o desenvolvimento de sistemas de armazenamento, a robustez das redes de telecomunicações e a implementação de tecnologias avançadas de controlo e monitorização.”

Já o palestrante José Luis Opazo, diretor da Associação Chilena de Energia Solar (Acesol), disse à BNamericas que o autoabastecimento solar era uma ferramenta importante para reduzir as tarifas de eletricidade, que hoje enfrentam pressão crescente.

“Merece inclusão na discussão em curso com mecanismos e incentivos para promover a implantação da geração solar distribuída no país, o que permitiria aos usuários obter uma redução permanente nas contas de energia”, complementou.

Ele também comentou que a geração distribuída tem “um enorme potencial” e que existem modelos de negócio associados.

Atualmente, cerca de 200 MW de capacidade de geração distribuída estão instalados no Chile sob a estrutura de net-billing. O sistema de distribuição é capaz de absorver 6 GW de ativos distribuídos e, com investimento em infraestrutura, 12 GW, descobriram os pesquisadores do Centra.

Opazo disse que a aprovação do projeto de lei no Congresso para aumentar o limite de tamanho da instalação para 500 kW, além dos incentivos concretos – como créditos fiscais e acesso a medidas de financiamento – acelerariam o investimento.

“Estas são ferramentas de desencadeamento eficazes que permitiram o desenvolvimento do mercado noutros países”, concluiu.

A BNamericas publicará a entrevista completa com Larissa Cunha na próxima semana.

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