Reformas constitucionais colocam setor energético do México em desvantagem, diz Baker Institute

As reformas constitucionais aprovadas pelo México este ano dificultarão a atração de investimentos estrangeiros em energia no país em 2025.

Essa é a principal conclusão do relatório Mexico Country Outlook 2025 para a área de energia, publicado este mês pelo Baker Institute for Public Policy da Rice University.

“Poucas empresas, seja de hidrocarbonetos ou de energia, devem se aventurar no México em 2025 e possivelmente depois disso, se o ambiente for percebido como hostil ao investimento privado e estrangeiro”, alerta o relatório.

“Isso, por sua vez, fará com que grandes corporações sejam desencorajadas a considerar o México como um lugar para fazer negócios, especialmente se elas tiverem seus próprios compromissos de consumir energia mais limpa.”

O relatório completo está disponível na caixa Documentos, no canto superior direito da tela, em inglês.

REFORMAS AFASTAM INVESTIDORES

No início deste ano, o Congresso mexicano aprovou uma série de reformas constitucionais de longo alcance. A principal delas é uma proposta para substituir juízes nomeados por magistrados eleitos por voto popular.

Especificamente no setor de energia, as reformas concederam novos privilégios à empresa federal de petróleo e gás Pemex e à concessionária estatal de energia CFE.

O Congresso também votou pela eliminação das agências reguladoras independentes para o setor de energia, CNH e CRE.

Enquanto isso, o governo Claudia Sheinbaum limitou a participação do setor privado no mercado de geração de energia elétrica a um máximo de 46%, com a CFE detendo os outros 54%.

Essas medidas desencorajarão o investimento no setor, de acordo com o relatório.

“As empresas públicas e privadas que participam da transição energética provavelmente levarão seu capital para outros mercados de investimento mais favoráveis”, prevê o Baker Institute.

“A geração de energia do México – e certamente sua rede de distribuição de energia – sofrerá reveses importantes no ano.”

O fornecimento de energia no México continuará aquém da demanda em 2025, prevê o instituto.

“Para 2025, a ideologia deve prevalecer sobre o pragmatismo, pelo menos até que o setor energético enfrente uma grande crise.”