Região de Moquegua se posiciona como a mais competitiva do Peru

Moquegua, região portuária e mineira na costa sul do Peru, posicionou-se como a mais competitiva a nível nacional e deslocou a capital, Lima, para o segundo lugar, segundo um novo estudo.

Das 24 regiões que compõem o Peru – 25 se Lima for dividida entre sua área metropolitana e províncias –, Moquegua ocupa o primeiro lugar nos indicadores de educação, ambiente econômico e grau de institucionalidade, segundo o relatório elaborado pelo think tank econômico local IPE.

A região é conhecida por ser uma importante área de mineração, onde grandes empresas de cobre como Southern Copper e Anglo American têm suas operações em Cuajone e Quellaveco. No caso desta última, que constitui o investimento mineiro mais importante dos últimos anos no Peru – US$ 5,3 bilhões –, sua construção e início das operações, em setembro de 2022, contribuíram para melhorar substancialmente os indicadores econômicos via royalties. Hoje, Moquegua é a região com o maior PIB real per capita, com 66.794 soles (US$ 17.497), segundo o estudo, enquanto a nível nacional o valor é de 16.717 soles.

Segundo o índice de competitividade regional 2024 do IPE, é a primeira vez que Moquegua, que antes ocupava o segundo lugar, lidera o ranking, enquanto Arequipa ficou com o terceiro lugar, desbancando Tacna.

As 10 principais regiões são as seguintes:

Região	Avaliação (de 1 a 10)
Moquegua	7.6
Lima (Região Metropolitana e Callao)	7,5
Arequipa	6,7
Tacna	6,5
Ica	6,1
Províncias de Lima	5,3
Lambayeque	5,0
Cusco	4,9
La Libertad	4,8
Áncash	4,7

Fonte: IPE

Segundo o estudo, um fator a destacar é que, com exceção de Cusco, quase todas as regiões competitivas estão localizadas no litoral. Isto se explica pela melhor conexão entre elas, com estradas que não atravessam a Cordilheira dos Andes, e pela presença de vários centros portuários ao longo do litoral.

O estudo (em espanhol) pode ser acessado na seção Documentos, no canto superior direito da tela.  

MELHORIAS

Segundo o relatório, as principais melhorias em Moquegua foram na educação e no mercado de trabalho. No caso do primeiro, a região passou do segundo para o primeiro lugar geral, o que se explica pela redução dos níveis de analfabetismo, pela maior percentagem de cidadãos com ensino secundário completo ou mais, e pela frequência escolar quase total. No caso do setor trabalhista, a melhora decorreu de uma menor disparidade de gênero na renda do trabalho e da manutenção das primeiras posições em renda média mensal, mão de obra qualificada e taxas de formalidade.

Outro aspecto importante é que o grau de institucionalidade de Moquegua continua a ser o melhor a nível nacional. Na última edição do relatório, houve melhorias no percentual de execução de obras públicas, na percepção da gestão municipal e na redução do conflito social. Em termos econômicos, a região é líder nacional graças ao desempenho dos seguintes indicadores: PIB real per capita, estoque de capital por trabalhador, orçamento público mensal per capita e gastos reais por pessoa.

A nível geral, o IPE atribui uma classificação de 7,6 à Região de Moquegua, mas com um desempenho econômico de 8,6, além de uma melhoria institucional significativa, que passou de 6,8 para 7,4 entre 2023 e 2024.

REGIÃO METROPOLITANA DE LIMA

A queda da Região Metropolitana de Lima como região mais competitiva não é uma surpresa. Segundo o relatório, o desempenho da capital peruana tem diminuído constantemente desde 2021, passando de uma classificação de 7,8 naquele ano para 7,4 em 2024.

De acordo com os itens de avaliação – ambiente econômico, infraestrutura, saúde, educação, mercado de trabalho e institucionalidade –, a contração provém dos setores mais vulneráveis a mudanças políticas e choques externos, como o econômico e o grau de institucionalidade. Ao contrário do caso de Moquegua, o desempenho econômico da Região Metropolitana de Lima ficou abaixo da sua média regional (7,1), enquanto o desempenho institucional foi muito inferior (5,5), devido ao enfraquecimento das instituições públicas.