Regulador aprova plano de US$ 10,4 bilhões para o primeiro campo em águas ultraprofundas do México

A CNH, agência reguladora de hidrocarbonetos do México, aprovou o primeiro plano de desenvolvimento de um campo em águas ultraprofundas do país, na costa do estado de Tamaulipas, no nordeste do México.

Antes descrito como a “melhor esperança” do país, o plano de investimento de US$ 10,4 bilhões para o campo de Trión recebeu luz verde na última terça-feira (29). O projeto será realizado pela subsidiária mexicana da empresa australiana de E&P Woodside Energy em parceria com a Pemex – a estatal terá 40% de participação no empreendimento.

Do investimento total, US$ 3,4 bilhões serão destinados exclusivamente para as operações, disse Rubén Felipe Mejía Gonzáles, da unidade técnica de extração e supervisão da CNH, acrescentando que este plano beneficiará o Estado com US$ 3,6 bilhões.

A estratégia prevê a perfuração de 12 poços produtores, 10 injetores de água e dois injetores de gás, com início da campanha de perfuração em 2026.

O campo de Trión só entrará em operação em 2028, quando deverá produzir 110.000 b/d de petróleo e 101 MMf³/d (milhões de pés cúbicos por dia) de gás, após a instalação de uma tecnologia de ponta “nunca usada no México”, revelou o funcionário. A licença aprovada para os parceiros tem duração de 35 anos, contados a partir de março de 2017, após a entrada em vigor da licitação do campo.

De 2023 a 2052, os sócios esperam recuperar 434 Mb (milhões de barris de petróleo) e 219 Bf³ (bilhões de pés cúbicos) de gás, com 790 Bf³ a serem reinjetados.

Em junho, a Woodside divulgou seus planos de investimento para o campo, informando que Trión tem uma taxa interna de retorno superior a 16% para a empresa, com um período de retorno de quatro anos.

Localizada no Cinturão Perdido e em lâminas d’água de 2.200 m a 2.600 m, Trión é a descoberta em águas profundas mais promissora do México. Foi encontrado pela Pemex em 2012 e a BHP Billiton (depois parte da Woodside) ganhou uma licitação para a parceria em 2016, quando a empresa estatal procurava um sócio por meio de seu modelo de farmout devido à falta de experiência em áreas dessa profundidade.

Após a aprovação, a Woodside disse em um comunicado divulgado na quarta-feira que concedeu quatro contratos relacionados ao empreendimento.

O primeiro envolve um contrato com a HD Hyundai Heavy Industries para engenharia, suprimentos e construção (EPC) da unidade flutuante de produção (FPU); o segundo diz respeito ao contrato da sonda, assinado com a Transocean; o terceiro foi para a SBM Offshore, que cuidará da instalação da FPU e da instalação flutuante de armazenamento e transferência (FSO); enquanto o quarto envolve as árvores de natal submarinas, concedido à OneSubsea UK.

A Woodside também registrou reservas provadas (1P) brutas não desenvolvidas de 325 MMboe (milhões de barris de óleo equivalente – 195 MMboe da Woodside) e reservas provadas e prováveis (2P) não desenvolvidas de 479 MMboe (287 MMboe da Woodside), informou a empresa.