Repsol vê um vislumbre de esperança na Venezuela

As perspectivas para o setor de petróleo e gás da Venezuela, atingido pela crise, melhoraram em meio ao abrandamento das tensões políticas entre Caracas e a comunidade internacional, disse a petroleira espanhola Repsol, nesta quinta-feira (27).

A produção de petróleo venezuelana aumentou acentuadamente nos últimos meses após uma suspensão parcial das sanções dos EUA para permitir que a Chevron reinicie suas joint ventures com a estatal petrolífera PDVSA.

“A situação política e econômica não mudou, mas as perspectivas de operações melhoraram devido ao incipiente relaxamento das medidas coercitivas dos Estados Unidos contra a Venezuela”, afirmou a Repsol em seu relatório trimestral de resultados.

A empresa com sede em Madri disse que sua exposição total de ações na Venezuela em 30 de junho era de 327 milhões de euros (US$ 360 milhões), abaixo dos 411 milhões de euros seis meses antes.

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A produção líquida média atribuída à Repsol na Venezuela durante o primeiro semestre de 2023 foi de 60.800 boe/d em comparação com 57.500 boe/d no mesmo período do ano passado.

Com exceção da Chevron, as empresas estão atualmente proibidas pelo governo dos Estados Unidos de fazer negócios com a PDVSA e de enviar petróleo de suas joint ventures.

Mas há sinais de que as empresas europeias de petróleo e gás também podem aumentar suas operações na Venezuela nos próximos meses.

Segundo autoridades venezuelanas, as empresas italianas Eni e Repsol receberam uma licença local para exportar líquidos de gás natural de seu projeto Cardón IV administrado em conjunto. Os parceiros também estão se preparando para enviar volumes limitados de petróleo venezuelano para a Europa, retomando um acordo de troca de petróleo por dívida que foi interrompido em 2021 devido ao aumento das sanções.

Na semana passada, o ministro do petróleo venezuelano, Pedro Tellechea, disse que a PDVSA está em negociações com a Eni, Repsol e a francesa Maurel & Prom sobre sua possível participação em uma rodada de licenciamento de 2023 para blocos de gás natural.

Apesar destes desenvolvimentos, a Repsol sublinhou a sua intenção de cumprir as sanções dos Estados Unidos.

“A Repsol continua adotando as medidas necessárias para continuar suas atividades na Venezuela com total respeito pelas normas de sanções internacionais aplicáveis, incluindo as políticas dos Estados Unidos em relação à Venezuela”, afirmou.

A Repsol detém participações em oito ativos de petróleo e gás na Venezuela: Perla, Quiriquire Gas, Petrocarabobo, Petroquiriquire, Ypergas, Quiriquire EM, Mene Grande e Barúa Motatán.