Resultados modestos antecedem os leilões de concessão de rodovias e portos no Brasil

Os níveis de atividade nas rodovias e portos brasileiros foram modestos nos primeiros meses do ano, atrapalhando os vários leilões próximos para concessões em ambos os setores.

Embora o tráfego no setor rodoviário tenha sido positivo, os portos têm lutado para manter os níveis recordes de atividade observados no ano passado.

O tráfego nas rodovias nacionais aumentou 7,7% em relação ao ano anterior de janeiro a maio, informou a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) em um comunicado. O tráfego de veículos de passeio aumentou 13,3%, enquanto o de caminhões cresceu 3,4% no período.

O aumento do tráfego de veículos de passageiros foi atribuído à redução das restrições à Covid-19 impostas pelos governos estaduais no ano passado, segundo Thiago Xavier, analista da Tendências Consultoria, que elaborou o estudo para a ABCR.

Enquanto isso, o volume de cargas que passam pelos portos brasileiros nos primeiros quatro meses do ano caiu 3,0% em relação ao ano anterior, segundo a Antaq.

Entre janeiro e abril, os portos registraram um total de 376 Mt (milhões de toneladas) de carga movimentada. O volume de granéis sólidos caiu 3,97% em relação ao ano anterior, o de granéis líquidos caiu 5,96% e a carga conteinerizada caiu 4,05%, enquanto a carga geral aumentou quase 27%.

Os desempenhos de ambos os setores estão sendo observados de perto pelos investidores, pois há várias licitações para concessões planejadas para os próximos meses.

No segmento rodoviário, um dos leilões mais aguardados é para a concessão das rodovias BR-381 e 262. O contrato abrange mais de 670 km de estradas na BR-381, que liga Belo Horizonte a Governador Valadares, e BR-262, entre João Monlevade, em Minas Gerais, e Viana, no Espírito Santo.

O governo teve que suspender o leilão em fevereiro, pois o impacto do aumento dos custos prejudicou o interesse dos potenciais investidores. Entretanto, após mudanças no edital, o governo pretende lançá-lo outra vez no segundo semestre do ano.

No setor portuário, a carteira de concessões do governo é ainda mais ambiciosa. Há um plano para oferecer uma concessão para o porto de Santos no quarto trimestre, o qual se espera gerar R$ 16 bilhões (US$ 3,2 bi) em investimentos.

O governo também pretende oferecer este ano concessões para os portos de São Sebastião, em São Paulo, e Itajaí, em Santa Catarina, e também planeja a concessão do canal de acesso ao porto de Paranaguá, além de arrendamentos de 19 terminais portuários em todo o país.