Rio Tinto liderará mercado argentino de lítio com aquisição de US$ 6,7 bi

A Rio Tinto adquirirá a Arcadium Lithium em uma transação de US$ 6,7 bilhões, o que permitirá à empresa se tornar um protagonista no mercado de lítio na Argentina, onde prepara a inauguração de uma planta de produtos químicos em seu projeto Rincón.

Após a conclusão do processo de compra, previsto para meados do próximo ano, a Rio Tinto, com sede em Londres, será responsável pela capacidade de produção da Arcadium na Argentina, equivalente a 75 mil t/ano de carbonato de lítio equivalente (CLE), além de seu plano de crescimento, que dobrará o volume até o final de 2028, informaram as partes em um comunicado. 

Atualmente, duas unidades da Arcadium operam na Argentina: Hombre Muerto, que inclui a planta Fénix, em expansão, e a planta de cloreto de lítio Güemes, cuja capacidade totaliza 32 mil t/ano de CLE; e Olaroz, que contribui com 43 mil t/ano de CLE.

A planta Sal de Vida está em construção e, com a primeira fase e as ampliações previstas, alcançará uma capacidade de 45 mil toneladas por ano de CLE, enquanto a planta de Cauchari está projetada para atingir 25 mil toneladas por ano de CLE. 

Fénix e Güemes estão localizados nas províncias de Salta e Catamarca, Sal de Vida em Catamarca e Olaroz e Cauchari em Jujuy.

Com essas iniciativas, a Rio Tinto adicionará 150 mil t/ano de CLE à capacidade máxima planejada para Rincón, de 50 mil t/ano, em Salta, onde inaugurará no final deste ano uma primeira planta projetado para produzir 3 mil t/ano de CLE.

A Rio Tinto não será apenas fundamental no mercado de lítio até o final desta década, mas seguirá como líder no fornecimento de outras commodities para a transição energética, como cobre, ferro e alumínio.  

O presidente do conselho da Arcadium, Peter Coleman, declarou aos acionistas que a proposta é a melhor opção para enfrentar as flutuações do mercado e a queda dos preços do lítio, pois proporcionará certeza e liquidez para realizar os investimentos planejados e enfrentar os desafios de construção, regulamentação e do mercado.

“Ao aproveitar o balanço sólido da Rio Tinto, seus vastos recursos, sua carteira diversificada e experiência, aumentamos a probabilidade de desenvolver e operar com sucesso nossos ativos, ao mesmo tempo em que apoiamos a transição para as energias limpas”, afirmou.

Sobre o surgimento deste negócio em meio à queda do preço do metal, Jose Hofer, especialista em lítio da consultoria britânica SC-Insights, disse à BNamericas que “é uma das poucas decisões de investimento anticíclicas que foram vistas no mercado e “uma das poucas ocidentais de tal magnitude”.

Hofer, que foi executivo comercial em produtoras como a chilena SQM, que a aquisição pela Rio Tinto trará uma nova oportunidade para continuar diversificando seus negócios. "Está demonstrando que acredita no médio prazo nos mercados de armazenamento de energia, veículos elétricos e, principalmente, no lítio. Além disso, adquiriram um tremendo portfólio de projetos", concluiu o ex-consultor da Benchmark Minerals.