Samarco aumenta investimento para expandir produção

O conselho da produtora brasileira de pelotas de minério de ferro Samarco Mineração aprovou um investimento de R$ 1,3 bilhão (US$ 265 mi) para dobrar sua produção até 2025.

Ele será adicionado ao plano de investimento original deste ano, de R$ 1,6 bilhão.

Do R$ 1,3 bilhão, cerca de R$ 1 bilhão serão investidos no próximo ano e incluem investimentos relacionados a rejeitos, como a construção de uma nova planta de filtragem e melhorias no concentrador, disse um porta-voz da empresa à BNamericas.

A Samarco opera atualmente com 30% de sua capacidade de produção, que corresponde a 9 milhões de toneladas (Mt) de pelotas de minério de ferro, por meio de uma usina de pelotização e um concentrador.

Para dobrar a produção, a empresa utilizará dois concentradores e duas plantas de filtragem de rejeitos no complexo de Germano, em Minas Gerais, um mineroduto e duas usinas de pelotização no complexo de Ubu, no Espírito Santo.

A empresa planeja contratar 3 mil pessoas para o plano de expansão.

A Samarco – uma joint venture entre Vale e BHP – esteve envolvida em um dos maiores desastres de mineração do país em 2015, quando uma barragem de rejeitos se rompeu e destruiu duas vilas em Mariana, Minas Gerais, matando 19 pessoas e causando danos ambientais generalizados.

Como resultado, a empresa interrompeu as operações do final de 2015 até dezembro de 2020.

COMPENSAÇÃO DE DESASTRES

Na semana passada, as partes interessadas realizaram uma nova rodada de negociações em Brasília sobre a compensação pela tragédia da mineração de 2015.

Representantes dos governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo, além do Judiciário, da Vale e da BHP, participaram das conversas que estão sendo mediadas pela Advocacia-Geral da União (AGU).

O objetivo é buscar uma solução para reparar os danos socioambientais causados pelo desastre. As negociações podem levar a um acordo recorde de R$ 126 bilhões, segundo autoridades de Minas Gerais.

Um acordo de 2016 entre empresas e Ministério Público envolvia R$ 24,4 bilhões, mas a oposição ao acordo cresceu, especialmente depois que a Vale concordou em pagar R$ 37,7 bilhões em compensação pelo rompimento de uma barragem de rejeitos em Brumadinho, também em Minas Gerais, em 2019.