Scala Data Centers revela plano para investir US$ 2 bi na América Latina até 2025

A Scala Data Centers planeja investir US$ 2 bilhões em lançamentos e expansões de datacenters em toda a América Latina entre 2024 e 2025, disse à BNamericas Marcos Peigo, CEO da empresa. 

Controlada pela DigitalBridge, a empresa fechou 60 MW em novas reservas no ano passado, encerrando 2023 com 160 MW de capacidade total contratada para os clientes de seus datacenters, informou o executivo.

“Esta capacidade contratada nos coloca na vanguarda do mercado” da América Latina, afirmou Peigo.

O orçamento aprovado, compartilhado previamente com a BNamericas, inclui a entrega do que foi vendido no ano passado e o portfólio de alguns projetos em andamento.

Dado o volume de investimentos, a Scala está avaliando diferentes opções de estruturas e modelos de financiamento e até uma IPO (oferta pública inicial), no Brasil ou em outro país.

A empresa trabalha com um cenário base em que pretende ultrapassar 200 MW de capacidade vendida, segundo o CEO, destacando que o foco de 2024 será entregar o que foi negociado e vendido nos últimos anos.

Para 2024, Peigo disse que a Scala tem 180 MW em implementação, incluindo projetos em produção (pré-construção) e em construção.

Em 2023, a empresa fez sua estreia no Chile.

Os planos para este ano incluem a inauguração de uma instalação na Colômbia e a ativação de um segundo edifício de datacenter no México, além do primeiro em Fortaleza, Brasil.

Tanto a unidade mexicana, na região metropolitana da Cidade do México, quanto a unidade de Fortaleza, devem ficar prontas no terceiro trimestre. O datacenter colombiano, localizado na zona franca de Bogotá, está programado para o quarto trimestre.

No Chile, a Scala fechou contrato com um grande provedor de nuvem pública para entregar duas das três zonas de disponibilidade (datacenters) que a empresa planeja para o país.

Por questões de confidencialidade, o nome do cliente não pode ser divulgado, disse Peigo.

A AWS está trabalhando em um projeto para uma região de nuvem no Chile, tornando-se a segunda região que a empresa possui na América Latina, a primeira é o Brasil.

CAMPUS TAMBORÉ

No Brasil, a Scala está iniciando expansões em suas instalações no Rio de Janeiro e Porto Alegre, após concluir vendas com clientes para capacidade extra.

A Scala também iniciará a expansão do campus do datacenter Tamboré, em São Paulo.

Segundo Peigo, ao contrário do foco em hiperescala de locatário único dos edifícios anteriores em Tamboré, essa ampliação terá como alvo clientes um pouco menores, ou seja, grandes clientes empresariais e clientes do ecossistema de conectividade.

Entre os novos clientes, com os quais a Scala assinou acordos, estão uma operadora brasileira de telecomunicações e provedores norte-americanos e chineses de nuvem.

A expansão de Tamboré consistirá em diversas estruturas modulares, com capacidade de 3 MW cada. No total, serão 36 MW de capacidade entregues em três fases de 12 MW.

A primeira fase deve entrar em operação este ano, em uma implantação “sem precedentes” de nove meses, disse Peigo.

Ao todo, no complexo Tamboré, a Scala planeja inaugurar em abril os sites TB12, com 6 MW de capacidade, e TB8, que terá 24 MW.

A empresa também iniciou a construção dos datacenters TB9 e TB10, cada um com 36 MW, e do seu site TB6.7, com 44 MW de capacidade projetada, todos no mesmo campus.

“São dois edifícios um ao lado do outro, o 6 e o 7. O cliente já tinha adquirido [capacidade para] 6, enquanto o 7 estava reservado para eles", pontuou o CEO.

Segundo Peigo, os três primeiros andares deste edifício unificado operarão os serviços de nuvem do cliente, enquanto os outros três serão dedicados aos serviços de machine learning.

Em maio, a Scala planeja iniciar a construção de uma subestação de 500 MW no campus Tamboré para atender toda essa capacidade adicional, com entrega prevista para dezembro.

Para 2025, no mesmo terreno onde ficará a subestação, a Scala pretende iniciar a construção de um novo cluster de datacenters com capacidade de 100 MW.