Senai desenvolverá local para testes eólicos offshore no Rio Grande do Norte

O Senai tem planos para desenvolver um local de testes eólicos offshore na costa do Rio Grande do Norte, disse uma fonte familiarizada com o assunto à BNamericas.

O objetivo é que o empreendimento se torne um local de referência em testes de aerogeradores offshore para o país, fornecendo ferramentas para avaliar o desempenho de geração deste maquinário em ambiente marítimo. Além disso, fornecerá dados para analisar como funcionarão todos os processos inerentes ao setor eólico offshore no Brasil, indicando desafios e possíveis barreiras a serem superadas para alavancar esta nova fonte de energia.

O local terá duas turbinas, uma de 8,5 MW e outra de 16 MW. Serão instalados na plataforma continental do litoral norte do Rio Grande do Norte, a uma distância média entre 15 e 17 km da costa, e em lâmina d’água de aproximadamente 6 a 8 metros.

As turbinas serão conectadas ao Porto Ilha, e a energia será direcionada para uma subestação que será construída no porto em Areia Branca, com a energia produzida sendo utilizada pelo próprio Porto Ilha.

O local de testes é resultado de pesquisas realizadas pelo Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), em parceria com a Dois A Engenharia e Tecnologia e a espanhola Esteyco.

A Dois A atua no ramo de construção civil há mais de 50 anos, sendo pioneira na construção da infraestrutura necessária à instalação de parques eólicos e usinas solares em diversas localidades do Brasil, sob a responsabilidade de uma equipe de profissionais focada em estudos de racionalização, orçamento, planejamento e execução.

Já a Esteyco, também presente no mercado há mais de 50 anos, é uma empresa de consultoria de engenharia e arquitetura pioneira no desenvolvimento de tecnologia alternativa de construção eólica offshore, incluindo aquela que será adotada no projeto brasileiro.

As turbinas eólicas serão fornecidas pela Goldwind Americas, uma empresa estabelecida na área de P&D, desenvolvimento de projetos, fabricação de turbinas, gerenciamento/supervisão de projetos e serviços de pós-venda.

A instalação do local ainda requer autorização das autoridades locais.

PANORAMA

No dia 16 de julho, o Ministério de Minas e Energia (MME) recebeu o estudo “Cenários para o Desenvolvimento de Eólica Offshore no Brasil”, elaborado pelo Grupo Banco Mundial, em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O documento avaliou três cenários de implantação dessa fonte de energia no país.

No cenário mais ambicioso, a energia eólica offshore poderá gerar mais de 516 mil empregos até 2050 e trazer um valor acrescentado bruto de pelo menos R$ 900 bilhões (US$ 162 bi) para a economia nacional.

Segundo o estudo, esta fonte de energia tem um potencial técnico superior a 1.200 GW, o que representa quatro vezes a capacidade instalada atual do país.

A geração de energia eólica offshore no Brasil poderá começar dentro de 8 a 10 anos, em um cenário “muito otimista”, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

O desenvolvimento do mercado depende da aprovação de um marco regulatório, atualmente em análise no Congresso.

Segundo o Ibama, empreendimentos eólicos offshore – com capacidade somada de 234 GW – já estão em análise.